sábado, 20 de janeiro de 2018

E os gatos conquistaram a Terra.






Apesar de milênios de domesticação, os gatos ainda são caçadores selvagens que moram nos nossos lares. Entenda como eles se tornaram o pet favorito do homem.


por Guilherme Castellar(*).




Um camponês egípcio ajudava um time de arqueólogos em suas escavações. Em meio a ruínas de um templo de mais de 3 mil anos, cavou um buraco na maior caixa de areia do mundo. E se deparou com gatos. “Não um ou dois, aqui e ali, mas dezenas, centenas, centenas de milhares… Uma camada de gatos, formando um estrato mais grosso que a maioria dos veios de carvão, com dez a 20 gatos de profundidade. Múmia espremida contra múmia apertada, como arenque em um barril.” Essa cena narrada pelo historiador britânico William M. Conway diz respeito à descoberta de um cemitério de gatos em Beni Hasan, perto do Cairo, em 1888.

Hoje soa bizarro, mas no Egito de 3 mil anos atrás mumificar e enterrar gatos em sarcófagos era sinal de amor e veneração. Os egípcios até tinham uma deusa-gato: Bastet, símbolo da fertilidade, maternidade e da sexualidade feminina. Foi para ela que os bichinhos acabaram sacrificados. Milhares de anos depois, os gatos ainda mantêm o prestígio conquistado no Egito e um certo domínio sobre os homens. Abrimos nossas casas para eles, isso sem pedir muita coisa em troca além de companhia. Mas nem sempre foi assim. Ao longo da relação, a humanidade amou e perseguiu o pequeno felino, em uma trama ao mesmo tempo sagrada e profana, que você verá nas próximas páginas.
Sagrados

Os gatos entraram na história da humanidade para nos proteger dos ratos. Entre 13 mil e 11 mil anos atrás, homens e mulheres começavam a viver o sonho da casa própria. Nasciam a agricultura e os primeiros assentamentos urbanos, no Crescente Fértil, área que abraça pedaços do que hoje chamamos de Egito, Palestina e Israel, estendendo-se até o sul do Iraque. A ideia agradou aos roedores, atraídos pelo alimento armazenado. E atrás deles vieram pequenos felinos selvagens. Começava ali o jogo de gato e rato – e de gato e Homo sapiens.

Para esses primeiros agricultores, os minitigres foram uma dádiva divina. Um serviço de controle de pragas eficiente e gratuito. Logo, passamos a alimentá-los, como uma forma de encorajar os gatos a ficar por perto. Esses felinos que se deram bem com os primeiros assentamentos humanos eram diferentes dos de hoje. Faziam parte de outra espécie, a Felis silvestris (gato selvagem). Eles estão para os gatos de hoje assim como os lobos estão para os cachorros. A versão silvestre é maior, mais arredia, com cara de poucos amigos e garras mortais contra os inimigos.

Uma análise do DNA de quase mil gatos selvagens e domésticos feita por pesquisadores da Universidade de Oxford, em 2007, revelou quem foi esse “neandertal” dos gatos modernos. Mostrou que todas as raças de bichanos de estimação são descendentes de uma única subespécie: o gato selvagem africano (Felis silvestris lybica), um primo menor dos leões e guepardos que vive até hoje no norte da África e no Oriente Médio. Nisso, a biologia confirmou a arqueologia: estava provado que os gatos modernos surgiram junto com as nossas primeiras cidades, que ocupavam justamente o habitat do Felis silvestris lybica.



A proximidade com a civilização amansou o gato silvestre africano. Os indivíduos mais sociáveis entre os que vinham comer os ratos das nossa aldeias eram os que ganhavam mais carinho e comida. Esses passaram a viver mais, a deixar mais descendentes que os felinos ariscos, e em alguns milhares de anos deram origem a uma espécie nova, bem diferente da silvestris: o Felis catus, nosso gato doméstico.

Esse processo de seleção artificial tornou o gato doméstico menor que o selvagem, provavelmente porque os animais que se aninhavam melhor no colo dos donos venceram a corrida evolutiva. O cérebro também diminuiu, igual aconteceu na transição do lobo para o cachorro, já que a vida entre quatro paredes requer menos habilidades cognitivas que a correria da selva. Mesmo assim, o gato doméstico se manteve surpreendentemente selvagem na essência, como vamos ver mais adiante.

O cérebro pode ter diminuído, mas a inteligência deles aumentou num aspecto fundamental. Ao longo dessa evolução, eles aprenderam uma habilidade com a qual seus ancestrais selvagens nem sonhavam: comunicar-se com humanos. É por essa via que a domesticação realmente se manifesta. A vocalização é naturalmente valorizada pelos humanos. Os gatos que sabiam miar com jeitinho para pedir comida viraram os favoritos dos nossos antepassados. O Felis catus, então, surgiu como um comunicador nato, fazendo do miado o seu jeito de puxar papo com o dono. Não é que os gatos selvagens não miem, mas os domésticos fazem sons suaves que agradavam mais à nossa audição. Mesma coisa com o ronronar, que lhes garante nossa simpatia.

Essa comunicação, ainda que miada, criou um vínculo afetuoso tão firme que, num momento importante da história da humanidade, os gatos se tornaram mais do que pets desratizadores. Eles viraram deuses.

🐈Do Egito para o mundo

Os primeiros registros históricos sobre a domesticação dos gatos vêm do Egito. Um deles é uma pintura de 2 mil a.C., uma época em que as pirâmides ainda tilintavam de tão novas: uma pintura de um gato de estimação se deliciando com um peixe sob a cadeira da esposa de um nobre.

A amizade virou adoração religiosa por volta de 600 a.C., quando os egípcios passaram a representar a deusa Bastet com a cabeça de um gato, em vez da de um leão. Foi aí que começou o sacrifício dos gatinhos, mencionado lá no início. Em um único templo, foram encontradas 300 mil múmias felinas. Acharam tantas delas em escavações do século 19 que muitos desses restos milenares acabaram vendidos como fertilizante – um único navio zarpou com 19 toneladas do produto para a Inglaterra.

As múmias felinas surgiram por questões meramente econômicas: eram mais baratas que as estátuas de bronze, oferendas tradicionais da nobreza. E a produção se dava em escala industrial. Os gatos cresciam em espaços confinados. Até filhotes viravam múmias. Todas vendidas já prontas, na porta dos templos.

Essa obsessão incondicional aos gatos cultivada pelos egípcios não passou batido para mercadores e viajantes. Foi pelas mãos deles que os bichanos começaram a conquistar o mundo cruzando o Mediterrâneo, por volta de 500 a.C. Ao longo dos séculos, foram ampliando seus domínios. Eram marujos disputados, pois ajudavam a proteger o alimento embarcado nos navios mercantes.

Na Europa, foram muito bem recebidos, principalmente pelos gregos. Na Grécia Antiga, os felinos exerceram um magnetismo espiritual quase na mesma medida que no Egito. O culto à deusa-gato Bastet acabou importado pelo helênicos depois que Alexandre, o Grande, conquistou a terra dos faraós, em 332 a.C. Como gregos colecionavam divindades em sua mitologia, eles se encantaram com Ísis, a deusa-mãe dos egípcios, que representa o amor fraternal. Então reescreveram o mito com suas próprias palavras, e nos séculos seguintes Ísis foi associada a Bastet e ganhou outro nome: Bubastis. Ísis, inclusive, está na origem da mística do gato preto. Naquela época, o preto representava a noite, não tinha nada a ver com o demônio ou com o azar. E como foi Ísis quem criou a noite, o preto era a sua cor.



Bubastis e os gatos de verdade avançaram pela Europa junto com o Império Romano, que assimilou para si quase toda a mitologia grega. Tanto mito quanto bicho foram abraçados pelos celtas, que viviam na Europa desde bem antes do domínio de Roma. Curandeiras celtas, que mais tarde passariam a ser conhecidas como “bruxas”, passaram a viver rodeadas de gatos, dada a força mitológica do bichinho.
Só tinha um problema: nesse amor bruto e bruxo, os bichanos continuaram a ser sacrificados. 
Uma tradição celta dizia que matar os pequenos felinos trazia bom agouro. Enterrar um deles em um campo recém-semeado, por exemplo, podia assegurar a colheita, acreditavam. Essa fantasia cruel, inclusive, continua viva. Até hoje os moradores da cidade belga de Ypres comemoraram o Festival dos Gatos. E parte da festa consiste em atirar gatos de pelúcia de uma torre. Os brinquedos substituem os gatos de verdade, que foram usados até 1817 – os cidadãos de Ypres acreditavam que os gritos dos animais espantavam os maus espíritos.

Mas esses rituais macabros são só uma parte da história. Os gatos eram valiosos na Idade Média também – ainda não havia forma mais eficiente de matar ratos, afinal. No País de Gales do século 10, um gato custava tão caro quanto uma ovelha ou uma cabra – animais valiosos, já que produzem comida e vestimenta. Em caso de divórcio, o marido podia levar um gato da casa, e o restante ficava com a mulher. Na Saxônia, Alemanha, a política sanitarista antirrato, e pró-gato, era clara: matar um gato dava multa de 60 alqueires de grãos (1,5 tonelada). Mas a relativa paz felina duraria pouco, porque eles estavam prestes a ganhar um inimigo mortal: a Igreja Católica.
Profanos

O pintor italiano Domenico Ghirlandaio (1449-1494) fez duas versões muito parecidas da Última Ceia. Na segunda, pintada em 1842 para a Igreja Dominicana de São Marcos, em Florença, mudou um detalhe atroz: tirou o saco de moedas que Judas carregava e postou sentado ao seu lado um gato cinzento. Em vez das 30 moedas de prata que Judas recebeu para entregar Jesus, era o felino que assumia a simbologia do engano e da traição. Retrato de uma época em que ser gato virou maldição.

A semente para o ódio contra os felinos tinha sido plantada bem antes. Começou quando o cristianismo CATÓLICO teve a ambição de se tornar a única religião da Europa. O Império Romano tinha como política a tolerância religiosa. Os povos dominados tinham uma certa liberdade para seguir com seus cultos. Mas no século 4, quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império, tudo mudou. A Igreja Católica Apostólica Romana proibiu cultos pagãos e deu início a séculos de obscurantismo e perseguição, inclusive aos felinos. Em alguns lugares, principalmente nas áreas rurais, mais influenciadas pela pregação cristã, o gato passou a ser associado à má sorte e à bruxaria. A imagem da deusa céltica Ceridwen, que usava capas, fazia poções em caldeirões e se metamorfoseava em felinos, se tornava um arquétipo do mal.

Ainda assim, os gatos mantinham seu status nas casas medievais, mas a coisa ficaria feia para o lado deles a partir de 1233. No dia 13 de junho, o papa Gregório 9º publicou a bula Vox in Rama, que associava o gato a Satã. Milhões de animais foram torturados e queimados na fogueira, junto com centenas de milhares de mulheres acusadas de serem bruxas. A radicalização pretendia eliminar de vez os cultos pagãos que ainda existiam. E também foi uma reação a um culto relativamente novo que a Igreja não bicava: o Islã, que amava os gatos. Maomé teve até uma gata malhada de estimação chamada Muezza, talvez uma angorá ou abissínia.

O felinicídio só não foi completo porque, cristãos ou pagãos, todos ainda dependiam dos gatos. Eles eram essenciais numa época em que não existia saneamento básico e as ruas cheiravam a lixo e fezes. Há quem diga que a brutal redução da população de gatos pode ter aberto caminho para a Peste Negra, a pandemia de peste bubônica que assolou o mundo no século 14 e dizimou 70 milhões de pessoas só na Europa. Com menos predadores, os roedores fizeram a festa e, como carregavam as pulgas transmissoras da doença, a peste se espalhou. Essa tese, porém, tem críticos. A Peste Negra também foi devastadora na Índia, Oriente Médio e norte da África. E lá os gatos eram queridos.

Uma coisa é certa: séculos de perseguição moldaram a maneira como a humanidade até hoje vê os gatos, ao menos no mundo ocidental. E o impacto no imaginário sobrevive até hoje. Ainda há quem se assuste com um gato preto atravessando a rua, e eles ainda são itens de decoração no Halloween.
À noite todos os gatos são pardos

A sorte do gato no Ocidente começa a mudar no século 18. Luís 14, da França, chegou a jogar uma cesta com gatos vivos na fogueira, em Paris. Mas no reino de seu sucessor, Luís 15, o clima estava bem mais favorável aos felinos. Em suas andanças pelo Palácio de Versalhes, conviveu com os vários gatos de estimação da sua mulher, Maria Leszczynska, e das criadas. Nessa fase, multiplicam-se as pinturas de damas da corte com seus peludos.

Mas o pulo do gato doméstico só aconteceria mesmo no século 19, quando os ingleses surgiram com a ideia de criar profissionalmente os gatos, inclusive, desenvolvendo novas raças – igual começavam a fazer com os cachorros. Por meio de cruzamentos seletivos, eles reforçaram as características mais desejadas, físicas (como os pelos longos e alaranjados do gato persa) ou comportamentais, como a docilidade. A maior parte das raças contemporâneas surgiu no Reino Unido do século 19.

Com o cachorro, a história é quase a mesma, mas com uma diferença radical. Os cães têm mais de 400 raças reconhecidas por associações internacionais, contra 60 dos gatos. A variação é pequena porque o genoma dos gatos é muito estável. Com isso, tentativas de fazer gatos de aparência exótica ou sociáveis como cães não costumam durar mais que uma geração. É como se os genes mantivessem o gato irremediavelmente agarrado a seu passado selvagem, no qual vamos mergulhar agora.
Welcome to the jungle

“Ao contrário dos cães, os gatos exigem que os aceitemos em seus próprios termos”, resume o inglês John Bradshaw, especialista em comportamento animal, e autor do livro Cat Sense, sem versão em português. Já seus detratores diriam que os gatos são teimosos. Bom, do ponto de vista evolutivo, talvez estejam certos. “Por mais que o processo de domesticação do gato tenha milhares de anos, ele ainda não ocorreu por completo”, explica o inglês.

Isso tanto é verdade que o gato doméstico mantém quase intactos seus instintos selvagens e talentos de caçador. Não parece, mas aquele lindo felpudo que passa o dia deitado no sofá é uma máquina de caça, que enxerga qualquer apartamento como se fosse uma floresta.

A violência instintiva revela-se nas brincadeiras. John Bradshaw fez um experimento, brincando com vários gatos – em situações com e sem fome. Quando o brinquedo era uma bolinha, eles se entediavam logo. Já se fosse um boneco de pano com penas ou parecido com um rato, a fúria assassina se manifestava. Os felinos se interessavam mais pelo brinquedo e exageravam na dose de violência. Se estavam com fome, então, só paravam de atacar quando despedaçavam o brinquedo. Por isso é tão recomendado que donos de gato brinquem com eles, a fim de liberar seus instintos e diminuir o stress.

Esse comportamento assassino se manifesta em outros hábitos do gato doméstico. Um deles é a rotina noturna. Na natureza selvagem, o melhor horário para caça é quando há pouca luz. Por isso, o gato prefere ir à luta logo após o pôr do sol e pouco antes do nascer do sol. É quando a visão deles, 40% melhor que a dos humanos na semiescuridão, faz a diferença.

Outra marca registrada é a dieta. Gatos são hipercarnívoros. Isso quer dizer que dependem de proteína animal para sobreviver. Eles tiram da carne a maior parte da energia e das vitaminas essenciais à vida, diferente de animais herbívoros ou onívoros, que também as obtêm de vegetais e carboidratos.

Enquanto cães se adaptaram para tirar proveito das sobras das refeições humanas, os gatos não abriram mão da dieta deles. Análises recentes do DNA canino mostram que, ao longo da domesticação, os cães adquiriram mais cópias do gene relacionado à produção de amilase, enzima responsável por processar o amido e possibilitar uma dieta menos dependente de carne. Os felinos não. Se os donos não os alimentarem direito, eles vão para a rua caçar – pássaros, roedores, qualquer coisa. Mas a tendência é que eles não precisem mais recorrer tanto aos seus instintos caçadores. Porque os gatos estão voltando a virar deuses. Mais especificamente, divindades urbanas.

🐕Cães, seus dias estão contados

Não comente com o seu cachorro. É que temos uma má notícia para ele: o cão está perdendo seu posto milenar de melhor amigo do Homo sapiens. Nos EUA, por exemplo, há quase 86 milhões de gatos contra 77 milhões de cães domésticos, segundo levantamento da Associação Americana de Produtos para Pets (APPA). Os gatos ainda estão atrás no Brasil. Em 2013, o IBGE confirmou: a população de cachorros no País era de 52 milhões. Um para cada quatro brasileiros. Metade das casas tinha pelo menos um cachorro. Já os gatos estavam em apenas 18% dos sofás brasileiros: eram 22 milhões. No resto do mundo, porém, eles já dominam geral. Além de nos EUA, os felinos também são maioria no Canadá, na Europa Ocidental (exceto Portugal, Espanha e Irlanda), na Rússia e, disparado, no Oriente Médio, onde jamais deixaram de reinar.

O gato doméstico, afinal, parece ter sido talhado justamente para o século 21. Com a humanidade se tornando cada vez mais ocupada e urbanizada, cuidar de um cão pode parecer uma tarefa assustadora. Já os felinos são pequenos, perfeitos para dividir espaço em apartamentos que só diminuem de tamanho. Limpos e autossuficientes, não precisam de banho nem de serem treinados para fazer xixi no lugar certo – são praticamente programados para fazer na caixa de areia. Após um longo dia de trabalho, não é preciso levá-los para dar uma voltinha no quarteirão. Basta calçar o chinelo, sentar no sofá e relaxar afofando a bola de pelos. Com tudo isso, o gato tem um “custo de manutenção” menor, considerando alimentação, higiene e cuidados veterinários. Um estudo feito pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) mostrou que o gasto médio mensal com um cão de porte médio é de R$ 271 reais. Já o dono de um gato vai gastar em média R$ 121 por mês para manter o bicho. Ou seja, o gato cabe mais no bolso.

Churchill e os gatos


E foi assim, do luxo do Egito antigo à praticidade da sociedade atual, que os gatos seguiram sua longa jornada da selva ao sofá. Vieram por causa dos ratos, mas ficaram por causa dos homens, ainda que “nos olhando de cima para baixo”, como dizia Winston Churchill. Não tem problema, nós aceitamos. Como bons devotos.

(*)Guilherme Castellar é jornalista da revista Superinteressante
Fonte: super.abril.com.br

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Ex morador de rua cuida de 100 gatos na Bahia





por correio24horas.com.br.

Foto: Almiro Lopes/CORREIO


Lucas Santos de Jesus, 24 anos, perdeu a mãe, o emprego e até o ano passado morava na rua, mas quando perguntado sobre o que deseja ele responde rapidamente:
 “Ficaria feliz se todos os gatos fossem adotados por pessoas que gostassem e cuidassem bem deles”.
Não é fácil encontrar os animais na tarde ensolarada de Salvador. Se escondendo sob a sombra das árvores ou dentro dos abrigos de papelão, plástico e até de concreto, todos doados por visitantes ou moradores do local, os filhotes e adultos descansam. A limpeza da zona ocupada impressiona. “Nem as fezes deles eu deixo no chão, limpo tudo”, diz Lucas.

Os gatos não estão em uma ONG ou em um abrigo. Os cerca de 100 animais (“agora aqui tem entre 90 e 105 gatos”, diz o cuidador) ficam na rua, vizinhos a uma praia bastante frequentada em Salvador, próximos a pistas de caminhada e corrida e escondidos sob a vegetação que circunda o local. Os animais, todos com boa aparência, obedecem aos chamados de Lucas, que diz conhecer as individualidades de cada um.

Todos os dias, Lucas chega ao local pontualmente às 7h para cuidar dos animais. “Troco água, tiro o lixo, coloco ração todos os dias e leite para os filhotes”, relata ele. O local surpreende pela limpeza e organização, apesar da quantidade de animais. Muitos moradores e turistas chegam para trazer doações e fazer carinho nos bichos. “Eu procuro trazer ração para ajudar”, diz Júlia Virolli, estudante de 17 anos que mora no bairro.

Os animais são mantidos com a ajuda de protetores, dentre eles veterinários que pediram para não ser identificados. “A gente faz vaquinha para comprar remédios, ração, para vacinar contra raiva e para pagar a anestesia para castrar os animais”, conta Lucas. Por dia, são gastos 16 kg de ração, metade pela manhã e metade à tarde, além de um litro de leite para os 10 filhotes que estão no local.

Sônia Barros, cabeleireira de 60 anos, afirma que a colônia de gatos é cuidada com muito esforço e dificuldade por voluntários como ela, ‘seu’ Feu, ‘seu’ Rodrigo e dona Bárbara, todos idosos, além de Lucas. “Nós compramos ração, abrigos, agasalho e remédios, tudo do nosso bolso”. Ela frequenta o local há cerca de dois anos.


O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) informou que em 2017 o órgão esteve duas vezes no local para vacinar os animais - a última visita foi em dezembro. O número de felinos que foi vacinado não foi comunicado.

Além destes, outros protetores fazem visitas esparsas ao local para entregar doações ou levá-los para castrar. “Quando as barracas de praia foram tiradas daqui, os animais foram abandonados e se proliferaram. Ali não é o paraíso dos gatos”, conta dona Sônia, reiterando que o ideal é que os animais sejam castrados e adotados.


O local já chegou a abrigar mais de 250 gatos - Lucas conta que às vezes mais de 100 são abandonados no local em um único mês, número que supera o de adoções, que é de no máximo 40 mensais.

“Se a gente vê alguém trazendo animais para cá a gente não deixa. Anotamos a placa e denunciamos, porque abandono é crime”, adverte ele.

Ana Galvão, chefe do setor informação do CCZ, reitera a informação.


Lucas Santos de Jesus, 24, é o 'rei dos gatos' da orla (Foto: Almiro Lopes/CORREIO

“Temos que fomentar na população a ideia de não abandonar os animais, é um maltrato para o gato e é crime”, diz Ana.

Daniela Coelho, que é protetora de animais e pesquisadora em Ecologia, afirma que o abandono é um problema enfrentado também por organizações não governamentais (ONGs) que cuidam de animais domésticos. “A maioria dos abrigos não informam endereço porque as pessoas tendem a abandonar os animais na porta”, lamenta.

Segundo o advogado Tadore Trajano, membro da comissão de meio ambiente da OAB/BA, o abandono é tratado como maus tratos aos animais e está previsto no artigo 32 da lei 9605/98, que trata de crimes ambientais.

“Atualmente o ministério público tem sido a principal instituição a receber representações que tratem de maus tratos dos animais. A polícia ambiental, a militar e a polícia civil podem encaminhar ao MP material para instruir a abertura de ação.”, ele conta.


“É necessário uma material probatório para iniciar a investigação. Levar fotos, documentos que comprovem o fato ajudam”, recomenda Trajano.

Nem todo mundo festeja a presença dos gatos no local. O professor José Carlos de Freitas, 54, espalhou na tarde desta segunda (15) cartazes para solicitar aos transeuntes a não alimentarem os gatos e incentivando a adoção. “Aqui não é local para criar os gatos. Eles são animais domesticados e destroem a fauna daqui”, argumenta.

O cartaz diz: “Protetores de gatos destroem a fauna praieira”. Carlos explica que aves que eram vistas no local desapareceram há cerca de um ano por causa dos felinos.


“Eu moro no bairro há 30 anos, sempre passei ali vendo aves como corujas buraqueiras por ali. Agora não tem nem rolinha, não fica uma”, reclama.

A pesquisadora em Ecologia Daniela Coelho, especialista em fauna silvestre, diz que a queixa tem fundamento. “Alguns artigos científicos documentam o impacto de gatos na fauna de animais silvestres de uma região, e mostram redução da abundância de aves e lagartos por causa da presença de gatos”. Ela explica que os felinos caçam os outros animais e comem até ovos de aves.

Apesar da ressalva, Daniela, que também é protetora de animais, elogia o trabalho de Lucas. “Ele faz um bom trabalho social, e é muito importante. Mas o ideal seria mantê-los em um local restrito e protegido, que não permita o trânsito livre deles para a rua”, sinaliza.

A maior preocupação em relação aos animais que vivem na rua é o controle populacional.
“Um gato macho pode gerar até 1.000 filhotes por ano”, conta Daniela.

A pesquisadora frisa a importância da castração dos animais também para evitar a caça das aves. “A castração pode até amenizar o instinto de caçador do gato”, aponta.

Castrar os animais é a solução para estes e outros problemas, segundo Ana Galvão, do CCZ. “A importância é enorme. Os animais castrados, principalmente os semi-domiciliados, ficam menos agressivos e assim também se consegue o controle populacional, evitando cria indesejada”, indica.

A castração dos animais é uma questão não só de saúde pública. “O animal muda o comportamento e tende a ficar mais tempo dentro da residência, e assim tem menos contato com doenças na rua. Em fêmeas, o procedimento reduz a chance de câncer de mama ou de útero, sendo uma vantagem para a saúde do animal”, explica a representante do CCZ.

“Muita gente pensa que castração é maltratar o animal, mas é o contrário”, conclui Daniela Coelho.

Lucas afirma que quando filhotes são adotados, ele orienta as pessoas sobre os procedimentos que devem ser tomados. “A gente indica clínicas onde a pessoa deve levar o animal para castrar e vacinar, e pedimos para trazer o animal aqui pelo menos duas ou três vezes, para vermos se estão cuidando bem”, conta.

Lucas cuida dos gatos há mais de um ano. Os animais ajudaram o protetor a superar a morte da mãe, há 10 meses.


“Eu fiquei perdido. Acompanhava minha mãe ao hospital, e por isso perdi meu emprego como garçom. Quando minha mãe morreu fomos morar na rua. Encontrei os gatos aqui e comecei a cuidar deles. Agora eu tô com a cabeça no lugar de novo”, lembra ele, que vive com o irmão.

Antônio, 22, limpa parabrisas no semáforo, sob vigia do mais velho Lucas, que já perdeu outros dois irmãos para o crime - o último foi enterrado no sábado (13). “Fico perto aconselhando ele, pra não se juntar com gente errada, e ajudando, caso ele precise de água ou de um apoio”. Eles nunca conheceram o pai.

Os dois viveram na rua até novembro passado, quando voluntários que ajudam os gatos passaram a pagar o aluguel de um quarto, por R$ 200, e contribuir com metade da feira do mês dos irmãos. “Eu já fazia o trabalho sem as pessoas me ajudarem, porque eu gosto. Desde criança gosto de animais”.

Lucas leva 20 minutos para chegar no local onde os gatos ficam - disse que muitas vezes pega carona com motoristas de ônibus que já o conhecem ou de moradores, que ajudam os gatos, e que vão buscá-lo. “Se chove demais, eu saio de casa de madrugada e venho ver como os gatos estão”, relata. 

Ele chegou a rasgar um edredom que ele dividia com o irmão, na calçada, para ajudar os animais.

Criança brinca com animais; limpeza do local chama a atenção (Foto: Almiro Lopes/CORREIO)

“Resgatei três gatos ensopados uma vez. Eles tremiam muito, então rasguei um pedaço do forro do edredon e coloquei eles. Rapidamente eles se recuperaram”, lembra Lucas.

Ele disse que não pensa duas vezes quando o assunto é ajudar os animais 



Procure na sua cidade uma unidade co Centro de Controle de Zoonoses e informe-se sobre a castração gratuita. Pesquise na Internet 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Caracal um gato selvagem e belo.







por Eduardo Mendes & meusanimais.com.br(*)




Caracal é um gênero de mamíferos carnívoros da família Felidae, composto de duas espécies. Eles são gatos de médio porte que vivem em savanas, florestas e desertos da África e oeste da Ásia. 

O caracal mede aproximadamente 65 centímetros mais 30 de cauda. Possui pernas longas e uma aparência esguia. A cor da pelagem pode variar de avermelhado, acinzentado a amarelo torrado, embora até se conheçam casos de indivíduos todos negros; e é própria para ele se camuflar. Um caracal selvagem vive cerca de 12 anos, mas em cativeiro pode chegar aos 17 anos. Como é um animal fácil de se domesticar, é utilizado na caça em países como o Irã e a Índia. Na verdade é estranho ver um felino carnívoro de 70cm e domesticável. Mas o Caracal de fato é.

Eles caçam e se alimentam de pequenos mamíferos, como coelhos , roedores , texugos e até mesmo do bebê antílope , mas suas presas preferidas são as aves, incluindo os pinguins.

Esse felino africano consegue dar saltos tão altos que pegam aves em pleno voo. O caracal está em perigo de extinção. Há alguns anos, de predador, tornou-se um animal de estimação exclusivo.

🐈É possível domesticar um Caracal?



Sim, é possível domesticar um Caracal. Embora haja muitas pessoas que se assustem ao vê-lo, pois, sua presença e seu olhar são um tanto intimidantes, quando são filhotes são animais adoráveis e parecem gatinhos, os mais belos que você já viu.

Apesar de seu instinto natural, um Caracal pode ser domesticado e ser mantido em casa como qualquer outro pet. Porém, o animal que for trazido para uma casa deverá ser originário de uma família já domesticada e que já tenha vivido entre humanos.



Apesar de que quando pequeninos se parecerem com lindos gatinhos, não podemos nos enganar, são animais selvagens e que devem viver em seu habitat, como qualquer outro.

Eles podem ser encontrados no norte do Marrocos, na Nigéria e em Gana, mas não são encontrados no centro do continente africano. Mesmo assim, eles já foram vistos em parte da Tunísia e da Etiópia, e também ao sul do continente africano.

Não sabemos o porquê desta grande distância geográfica que separa a uns dos outros. Possivelmente seja pela personalidade independente e por não quererem pertencer a um grupo e isso os leva a se distanciarem.



Não nos resta dúvidas de que o Caracal é um animal espetacular e que vale à pena conhecer. Você gostaria de ter um como animal de estimação?

(*)Eduardo Mendes: portaldoscaesegatos.com.br
(*)meusanimais.com.br


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Gato abandonado 'chora' em hospital







Amigas fazem ensaio para incentivar adoção em Teresina

Proprietários abandonam animais alegando que não podem pagar pelo tratamento. Diretor alerta que a prática é crime e pode render multa ou prisão.

por G1 Piauí(*).

Gato foi flagrado "chorando" no Hospital Veterinário (Foto: Divulgação/Talita Duarte)


As lágrimas do gato Rajado comoveram internautas depois que teve sua foto compartilhada "chorando" no Hospital Veterinário Universitário (HVU), localizado no campus senador Petrônio Portela da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em Teresina. O local enfrenta um problema que, além de crime, é um ato de descaso e desprezo aos animais. Muitos cães e gatos, como Rajado, ficam abandonados, sem lar, após se recuperarem porque os donos não voltam para buscá-los.


Além de Rajado, a história de Mimi, uma gatinha que nasceu cega dos dois olhos, teve um capítulo triste quando passou meses dentro de um gradeado à espera de alguém que lhe desse um lar. Isso mudou quando a jornalista Raquel Lopes e a amiga Thalita Duarte visitaram o Hospital Veterinário e se comoveram com a tristeza dos animais. Elas então resolveram fazer um ensaio com os bichos para tentar encontrar um lar para eles.

Gatinha Mimi nasceu cega dos dois olhos (Foto: Divulgação/Thalita Duarte)

"Minha amiga estava com a gatinha dela, a Bia, internada lá no HVU e ficou preocupada com a situação dos animais abandonados. Então, tivemos a ideia de divulgar nas redes sociais com o objetivo de conseguir adoção para eles", contou Raquel ao G1.


Após uma conversa, Raquel e Thalita decidiram reunir amigas em uma corrente do bem para encontrar novos lares para os animais abandonados no HVU. Elas foram ao local tirar fotos no intuito de mostrar a beleza em cada olhar e despertar o interesse de possíveis novos donos.

Durante o ensaio, uma imagem chamou a atenção de Raquel: o gatinho Rajado, também abandonado, aparece com lágrimas nos olhos. Uma representação da tristeza vivida diariamente por animais que perderam o conforto e a liberdade, deixados por quem devia fornecer cuidado e carinho.


"O post do Rajado teve mais de 150 compartilhamentos diretos. Por isso a gente bate muito nessa tecla da importância dos compartilhamentos. Se a pessoa que viu o post não tiver interesse em adotar mas compartilhar, outra pessoa pode ver e querer", destacou Raquel.


De acordo com Marcelo Campos, diretor em exercício do hospital, os cães são os animais mais rejeitados e o motivo mais alegado pelos tutores é o custo do tratamento, embora a administração esteja aberta a negociar.

“A questão do abandono é séria, é crime previsto por lei e no código civil, principalmente quando há um abandono em repartição pública, que é mais agravante. Isso pode resultar em multas e prisão e a população precisa estar informada”, disse.

O crime e as consequências

Quando é feito o internamento do animal os dados do proprietário são coletados e mesmo que o telefones ou endereço sejam dados erroneamente, o Cadastro de Pessoa Física (CPF) do dono fica registrado. Após a alta, o proprietário tem um prazo para buscar seu animal e quitar a dívida.


O diretor explicou ainda que o crime de abandono de animal está previsto em Lei e CPF do devedor vai para a dívida ativa da União.


“Caso o resgate e o pagamento não aconteça no prazo, encaminhamos o caso para a Fazenda e fazemos um boletim de ocorrência na Polícia Civil. O nome da pessoa é encaminhado para a dívida ativa da União, onde a pessoa fica impossibilitada de vários benefícios como concursos, empréstimos enquanto não quitar a dívida. Estamos estudando a possibilidade de tratar desses casos com a Polícia Federal, já que essa é uma instituição federal. Abandono de animal é crime”, pontuou.

🐈Adoção
Animais abandonados esperam por um novo lar (Foto: Divulgação/Thalita Duarte)


A partir do momento que o animal é abandonado pelo proprietário, ele é encaminhado para a castração e fica disponível para adoção. Marcelo explicou que não há muita burocracia e, caso haja como doar algum valor para ajudar nas despesas do hospital, a contribuição é bem-vinda.


“Não há necessidade, por enquanto, de nenhuma documentação. É só vir conversar com a direção e ter o interesse de resgatar o animal. Se puder dar uma certa contribuição em relação à dívida também é interessante”, finalizou.
Após meses, Mimi finalmente deixou o hospital (Foto: Divulgação/Raquel Lopes)


Embora muitos animais ainda precisem de um lar, algumas histórias já têm um final feliz. Após a campanha, a gatinha Mimi ganhou uma nova família. "Fiquei sabendo da situação da Mimi através da Raquel e fiquei comovida pelo fato da gatinha ser cega, já que tenho outros animais que também são cegos. Adotar a Mimi é um desafio porque um animal cego tem muitas limitações, mas os gatos são muito independentes. Ela está se dando super bem e eu estou muito feliz por dar pra ela uma nova oportunidade", garante Otilina Duailib, técnica em enfermagem que adotou Mimi.



Fonte: g1.globo.com/pi/piaui/

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Jackie, o gato que passou as festas no aeroporto






por Diário de Notícias (www.dn.pt).




Jackie foi perdido durante o embarque para a Madeira: a transportadora chegou vazia ao destino

Um gato que andou perdido no Aeroporto de Lisboa, quando deveria ter embarcado a 21 de dezembro no voo TP 1683 rumo à Madeira, chegou hoje à região, devido à persistência da dona e após 19 dias de odisseia.

Jackie, gato branco e preto de seis anos de idade, e o cão Max, seu companheiro de casa, apresentaram-se a 21 de dezembro no Aeroporto Humberto Delgado nas respetivas caixas transportadoras para embarcarem para a Madeira.

Cumprida hora e meia de viagem, felino e canídeo eram esperados no Aeroporto Cristiano Ronaldo, nessa quinta-feira, pela dona.

Sandra Freitas foi, no entanto, surpreendida pela falta do gato, já que a caixa transportadora de Jackie chegou vazia e sem porta.

"Eu já estava na Madeira, mas o meu marido ainda estava em Lisboa. Nós tínhamos decidido passar o Natal e o Fim de Ano na Madeira e, como eram alguns dias, decidimos trazer os animais também. O meu marido foi entregá-los no terminal de carga, mas como vinha na easyJet, e esta companhia não permite o transporte de animais, teve que os embarcar na TAP", contou à agência Lusa.

Apresentada queixa à companhia aérea TAP e à ANA - Aeroportos de Portugal, Sandra Freitas começou de imediato a procurar o gato e até se deslocou a Lisboa oito dias, a expensas da operadora aérea nacional.

Face ao insucesso, a dona do gato, castrado e com um 'chip', voltou à Madeira, mas a vontade em encontrar o animal de estimação não esmoreceu. O caso foi, entretanto, referido nas redes sociais.

Sandra pediu ajuda à Associação Gatos Urbanos, que indicou, por sua vez, uma equipa de resgate -- a SARTEAM. Ambas as entidades ajudaram-na a pressionar o aeroporto e a TAP para insistir nas buscas.

"Houve centenas partilhas nas redes sociais e houve muitas pessoas que trabalham no aeroporto que se encarregaram, pessoalmente, de procurar o gato. Houve pessoas que nem sequer estavam ligadas à TAP, nem à Groundforce, que me ajudaram", disse.

Jackie foi avistado a 3 de janeiro por um funcionário da Portway perto da zona do terminal de carga. Estava a comer "junto de uma gatinha, porque lá há colónias de gatos perdidos", referiu a dona.

"Chamei logo a equipe de resgate da SARTEAM, que vedou o espaço do contentor onde ele se encontrava por debaixo, deixando apenas uma saída em direção à armadilha montada com vista à sua captura", relatou.

A solução não resultou, mas a equipa de resgate e o veterinário do aeroporto conseguiram autorização para entrar no contentor de carga. Desparafusaram a chapa inferior e conseguiram, assim, alcançar o gato, a 5 de janeiro.

Jackie embarcou num avião rumo à Madeira, numa caixa transportadora, mas os ventos pregaram-lhe nova partida e fizeram-no regressar a Lisboa, onde passou o fim de semana na casa de uma auxiliar de veterinária, amiga de Sandra Freitas.



Ao final destes dias todos, Sandra Freitas diz que se não fosse a sua insistência e perseverança, Jackie seria mais um gato errante entre os muitos que perambulam pelo aeroporto.

"Ainda por cima estou grávida, não imagina o desgosto que apanhei. Passei stress e ansiedade que nunca devia ter passado numa altura destas da minha vida", observou, referindo que continua sem saber como é que o gato desapareceu.

A Lusa contactou a TAP, que remeteu informações para a Groundforce. No entanto, ainda não foi possível obter uma resposta desta empresa.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Seu gato é Feliz? Saiba identificar



por feliway.com.

Os gatos literalmente "dizem" que estão felizes. 



Cada gato tem um jeito todo seu de lhe dizer isso.

Alguns dos sinais que os gatos dão e você pode reconhecer são:


🐈Feliz ao ver você:



Quando o gato fica contente ao ver você, ele levanta a cauda.
O máximo de felicidade é a cauda levantada com uma pequena volta em forma de gancho na extremidade ou tremulando. 
Os olhos ficam na vertical e as sobrancelhas podem ficar levemente rebaixadas.
Ele esfrega a cabeça e o corpo em você. 

🐈Feliz e tagarela



Os filhotes são o exemplo perfeito desse comportamento, ao manterem longas conversas.
Em geral, sons mais estridentes demonstram felicidade, enquanto os menos agudos podem significar um pouco de frustração e exigir mais atenção.
Gatos quietos podem expressar felicidade com o silêncio e vocalizam mais para expressar infelicidade.

Confuso, não? Mas é por isso que amamos esses felinos enigmáticos!

Embora ronrons nem sempre sejam sinal de satisfação, na maioria das vezes podem indicar contentamento ou mesmo a felicidade perfeita. 

Chiados de filhotes e grunhidos e rosnados que muitos gatos fazem são uma boa indicação do nível de felicidade desses felinos.

🐈Feliz e relaxado



O gato relaxado e tranquilo descansa com as patas dianteiras dobradas, as orelhas para a frente, as sobrancelhas "sonolentas", com os olhos quase semicerrados.

Esses olhos semicerrados significam "Eu estou com sono e contente". O piscar dos olhos em resposta a seu olhar do outro lado da sala é um gesto de felicidade dos gatos.

Os gatos se deitam de costas (geralmente no sol) com todas as quatro patas no ar (essas pernas significam que estão MUITO relaxados e não se sentem de forma alguma ameaçados).

Isso também mostra que o gato pode deixar você acariciar sua barriga. É um sinal de confiança.

🐈Abraço feliz


Se seu gato está aninhado em seu colo e ronrona quando você o acaricia, é bastante provável que ele esteja lhe dizendo com esse som macio e aveludado que ele está feliz.

Quando se sente feliz, o gato geralmente começa a pedalar com as patas, como se estivesse amassando algo.

Esse comportamento é muito comum em filhotes. Quando eles estão sendo amamentados, amassam o peito da mãe para estimular a saída do leite.

Dessa forma, esse movimento de amassar está sempre ligado ao prazer. Gatos felizes podem começar a amassar a barriga (às vezes se esquecendo de que, diferente de filhotes, gatos adultos têm garras bem crescidas!) ou até a manta preferida.

Alguns gatos muito carinhosos colocam as patinhas ao redor do seu pescoço e literalmente se dependuram nas pessoas, isso significa apenas "um abração".

🐈Feliz e confiante


O gato que mantém a cabeça ereta demonstra contentamento e confiança. 

O gato feliz demonstra interesse pelo ambiente.

Ele pode ser do tipo "supervisor" com uma pata em tudo que é novo pela casa. Ou pode simplesmente observar tudo calmamente à distância.

🐈Feliz e curioso



A curiosidade e o entusiasmo são sinais de felicidade. Em gatos curiosos a cauda é mantida levantada, mas também pode balançar um pouco, de um lado para o outro, enquanto as orelhas ficam eretas. Os olhos ficam bem abertos.

As orelhas eretas um pouco para a frente e o bigode relaxado são sinais de estarem felizes e alertas.

Se você começar a acariciá-lo, o bigode pode se mover um pouco para a frente e os olhos ficarem semicerrados. Isso junto com um ronron suave vai lhe dizer que ele é um gato muito feliz.

🐈Feliz e brincalhão

Os filhotes brincam sem parar e simplesmente só sabem ser felizes.

Brincar é um sinal claro de felicidade. À medida que os gatos ficam adultos e atingem a meia-idade e a velhice, essa atividade diminui.

Mas qualquer brincadeira - de corridas e partidas de luta livre a tapinhas com as patas em brinquedos (ou na sua perna ou face para chamar atenção) - indica felicidade nesses felinos.

Os gatos brincam com outros bichos (e pessoas) de quem gostam e em quem confiam.

Quando o gato estiver deitado de lado ou sentado com a cauda levemente contraída geralmente significa "Eu estou interessado, pronto para brincar".

🐈Feliz e com boa aparência




Os gatos que se sentem bem se mantêm bem limpos.

Lamber outros gatos ou o dono (assim como dormir na mesma cama) também demonstra confiança e uma relação positiva.


Os gatos felizes uns com os outros se lambem e se limpam mutuamente.





Seu gato não mostra esses sinais normais de felicidade? Responda o questionário para avaliar o bem-estar do(s) seu(s) gato(s).

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

CIA gastou em vão milhões de dólares para treinar gatos espiões





por br.sputniknews.com. 



Em plena Guerra Fria, os métodos de espionagem ultrapassaram os limites da imaginação humana. A operação "Gatinho Acústico", levada a cabo pela CIA na década de 1960, é um bom exemplo. Conheça a curiosa iniciativa da inteligência norte-americana que visava transformar gatos em agentes secretos.

A história conhece exemplos de agentes duplos e até triplos: assim é o mundo dos serviços secretos, onde todos parecem suspeitos. Mas quem suspeitaria que um gatinho fofo fosse um agente capaz de enviar informação confidencial, estragando os planos do inimigo?

Esta ideia ocorreu aos dirigentes da Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA) nos anos 60, sendo um dos capítulos mais curiosos da Guerra Fria. A missão do animal, provavelmente inconsciente de sua missão de Estado, seria roubar informação dos soviéticos, segundo conta o portal Mental Floss.

Entre 1961 e 1966, uma equipe da inteligência estadunidense foi responsável literalmente por colocar um transmissor dentro do animal — a operação denominada Acoustic Kitten (gatinho acústico, em português). Dentro dos ouvidos do gato foram instalados microfones, baterias e até uma antena para transmitir os dados recolhidos por este agente incomum.

Hoje em dia, a própria ideia provocaria protestos dos ativistas de proteção dos diretos dos animais. Talvez naquele período a reação tivesse sido a mesma, mas o estatuto secreto da operação fez com que só fosse revelada anos depois. Mais tarde, o equipamento dentro do animal foi modernizado para que o último não se distraísse ao sentir fome.


Esta nova tecnologia, implantada no gato, aumentou o custo total do projeto para 20 milhões de dólares (R$ 64, 7 milhões), um valor exorbitante para aquele tempo. O dinheiro foi gasto em vão, pois o fim do gato foi trágico — este perdeu a vida do modo mais inesperado.

Durante o primeiro teste fora do laboratório, o animal saltou do carro onde era mantido.



Alguns dos documentos sobre a operação foram desclassificados mas muitos continuam sendo secretos. Naquele período, a CIA tinha medo que os agentes soviéticos pudessem se apoderar da tecnologia.

Em um documento desclassificado da inteligência norte-americana, especialistas concluem que "o programa [de gatos treinados] não se adequa às nossas necessidades altamente especializadas", apesar do valor científico que teve o teste empírico de treinamento dos gatos.

Fonte: br.sputniknews.com

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Calendário de Vacinação do seu Gato.




por Vanessa Lopes(*).



Se é dono de um gato ou vai adotar um, como dono responsável, deverá se informar sobre muitas coisas. Uma das mais importantes é a prevenção perante muitas doenças graves para eles. Esta prevenção é conseguida com a vacinação adequada.

Dependendo do local onde morar algumas vacinas poderão ser obrigatórias ou não e, a periodicidade também poderá variar. Continue lendo este artigo do PeritoAnimal para se informar sobre o calendário de vacinação para gatos, assim irá certificar-se que a saúde do seu felino fica mais forte.


O que é e para que serve uma vacina?


As vacinas são substâncias criadas para ajudar o corpo a combater certas doenças. Estas substâncias costumam ser administradas por via subcutânea e contêm os antígenos necessários para criar os anticorpos no organismo do gato. Dependendo da doença que pretender combater, as vacinas podem conter fracções de vírus, microrganismos atenuados, etc. É com este leve contato com a doença, que o sistema imunológico do felino criará as defesas necessárias para lutar contra essa doença no caso de aparecer.

As vacinas que devem ser administradas aos gatos podem mudar na obrigatoriedade e periodicidade dependendo da zona geográfica em que se encontrar, pois pode acontecer que nessa zona existam doenças endêmicas concretas e que outras estejam erradicadas. Por isso, é da nossa obrigação como cidadãos dessa zona e como donos responsáveis do nosso pet, informarmo-nos de que vacinas são obrigatórias e com que frequência devem ser administradas ao nosso gato. É tão simples como ir ao veterinário e pedir-lhe que nos informe sobre o calendário de vacinação que deveremos seguir, uma vez que além das obrigatórias por lei, é provável que nos recomende alguma vacina voluntária por ser realmente importante para a saúde do nosso companheiro.

É necessário que antes de vacinar o seu gato se certifique que se encontra desparasitado, com boa saúde e que o seu sistema imunológico esteja suficientemente maduro, uma vez que esta é a única forma da vacina atuar e ser eficaz.

Como pode ver é realmente importante vacinar o seu pet e, por este motivo no PeritoAnimal recomendamos que o vacine todos os anos, embora lhe possa parecer desnecessário, na realidade é algo fundamental e vital tanto para a saúde do seu felino como para a sua, pois existem algumas zoonoses que podem ser evitadas com uma simples vacinação.

Infelizmente, não vacinar os gatos, é um dos erros mais comuns dos tutores de gatos.

A partir de que idade deve vacinar o seu gato?

O mais importante é saber que deve esperar mais ou menos até à idade do desmame, uma vez que é fundamental que o seu gato já tenha o sistema imunológico um pouco maduro. Enquanto os filhotes estão no útero da mãe e enquanto são lactantes, parte das defesas imunológicas da mãe são passadas para os filhotes e assim estão protegidos durante um tempo enquanto criam o seu próprio sistema de defesas. Esta imunidade que a mãe lhes transmite começa a desaparecer entre as 5 e as 7 semanas de vida. Por isso, o momento ideal para vacinar pela primeira vez o seu gato são os 2 meses de vida.

É muito importante que enquanto o seu gato não tiver a primeira vacinação completa, não saía para o exterior nem interaja com gatos que estejam de passagem pelo seu jardim. Isto porque não tem a certeza do nível de defesas que pode ter neste lapso de tempo, entre o qual se vai esgotando a imunidade adquirida da sua mãe e que a primeira vacinação tenha efeito completo.

Calendário de vacinas

À exceção da vacina da raiva, não existem outras vacinas obrigatórias por lei para os felinos domésticos. Por isso, deverá seguir o calendário de vacinação que o veterinário recomendar dependendo da zona em que viver e alguns aspetos da saúde do seu gato.

É fundamental que antes de ser vacinado, o seu gato realize um teste de doenças como a leucemia felina e a imunodeficiência felina.

De qualquer forma, apresentamos-lhe de seguir um calendário básico que se costuma seguir para a vacinação de gatos:

➤1,5 meses: Deve desparasitar o seu gato para que a vacinação primária seja mais para a frente. Saiba mais sobre a desparasitação em gatos no nosso artigo.
➤2 meses: Teste de leucemia e imunodeficiência. Primeira dose de trivalente, esta vacina contém a vacina contra a panleucopenia, o calicivírus e a rinotraqueite.
➤2,5 meses: Primeira dose da vacina contra a leucemia felina.
➤3 meses: Reforço da vacina trivalente.
➤3,5 meses: Reforço da vacina da leucemia.
➤4 meses: Primeira vacina contra a raiva.
➤Anualmente: A partir daqui, deverá ser administrada uma vacina anual de cada uma das anteriormente administradas, pois os efeitos devem se manter ativos uma vez que com o tempo diminuem e perdem-se. Por isso, deve vacinar o seu gato uma vez por ano com a vacina trivalente, a vacina contra a leucemia e a vacina contra a raiva.
Outras informações sobre as vacinas para gatos


É muito importante para a saúde do seu gato que o vacine anualmente, mas é ainda mais importante para os gatos que saem à rua e entram em contato com outros gatos, dos quais muitas vezes desconhecemos o seu estado de saúde.

A vacina trivalente protege contra duas das doenças respiratórias mais comuns nos gatos, a rinotraqueite felina e a calicivirose felina, além disso a trivalente também contém a vacina contra uma das doenças que atacam o sistema digestivo e sanguíneo de forma mais grave, a panleucopenia felina. A vacina contra a leucemia é essencial para a saúde do gato, pois se contrair esta doença é muito complicado e, muitas vezes leva à morte do animal.

É essencial dar a vacina da raiva ao seu gato, pois ao se tratar de uma zoonose muito grave, quer dizer que esta doença também se transmite aos humanos, por isso é realmente aconselhável que vacine contra a raiva os gatos que saírem para a rua.

Existem outras vacinas para os felinos domésticos como a vacina contra a peritonite infecciosa felina e vacina para a clamidiose.

Por fim, se vai viajar com o seu gato para outra zona do mundo, é muito importante que se informe se existem vacinas obrigatórias para os gatos no país para o qual viajar, como costuma acontecer com a vacina para a raiva, além de se informar das doenças vacináveis que são endêmicas da zona.




(*)Vanessa Lopes é redatora do peritoanimal.com.br

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Como funcionam os olhos dos gatos








por Yasmin Silva (*). 






Os olhos dos felinos tem uma beleza que encanta à todos. Porém, eles são fundamentais para sua sobrevivência, nos passando várias informações em relação à sua saúde e estado de espírito. Enormes e misteriosos, os olhos felinos são ferramentas perfeitas para o capturamento de movimentos e a caça.

Seu tamanho é fascinante: basta compará-lo ao tamanho de sua cabeça. É de impressionar! Essa característica se repete muito em animais noturnos, e é usada para captar mais luz do ambiente.

➤Como os gatos enxergam à noite?

As intrigantes bolotas dos felinos possuem uma camada atrás da retina, com função espelho, que reflete a luz quando vai entrando nos olhos, fazendo um número maior de cones recebê-la. O motivo dos olhos felinos brilharem na escuridão ao receberem luz direta, é essa membrana refletora. Os gatos são craques em enxergar com eficiência em ambientes de baixa luminosidade.

➤Por que a pupila do olho do gato muda de formato?



Comparado aos humanos, os felinos possuem uma visão bastante superior. Nos gatos, os músculos da íris são feitos de maneira que se contraem na vertical, formando uma fenda. Esses músculos se dilatam dominando quase todo o globo ocular, fazendo acesso a maior captação de luz possível.

➤Por que a pupila do olho do gato muda de formato?


Comparado aos humanos, os felinos possuem uma visão bastante superior. Nos gatos, os músculos da íris são feitos de maneira que se contraem na vertical, formando uma fenda. Esses músculos se dilatam dominando quase todo o globo ocular, fazendo acesso a maior captação de luz possível.

➤Gatos de olhos azuis



Os olhos azuis são uma característica de absolutamente todos os felinos que nascem. Ao irei crescendo, seus olhos podem mudar de cor. A coloração de seus pelos está totalmente associada com a de seus olhos. 


➤Terceira pálpebra nos olhos dos gatos


Na parte interna, há uma membrana chamada nictitante, tipo uma terceira pálpebra, protegendo os olhos de danos e secura. Nós conseguimos vê-la em parte quando os gatos estão com os olhos semicerrados. Porém, ela é imperceptível quando estão abertos por completo. Isso é super normal, pois essa pálpebra não foi feita para ser visível. Ela fica no canto interno dos olhos. Ao adoecer, ela pode cobrir o olho inteiro. Se isso acontecer com seu gatinho, leve-o correndo ao veterinário.

Dizem que os olhos são a janela da alma. Com os gatos, não é diferente. Podemos saber seu estado de espírito através deles. Ao sentir-se em ameaça ou assustado, sua pupila se dilata em até impressionantes cinco vezes. Em situações comuns e iluminação normal, os felinos ficam com as pupilas pequenas, bem no meio do globo ocular e naquele formato de fenda.



➤Cor dos olhos dos gatos


O mais incrível é que, de acordo com seu humor, os olhos do gato podem mudar de cor! Os gatos negros sempre possuem olhos verdes ou amarelos ou cobre, mas caso tiverem uma anomalia genética, podem ter olhos azuis. Agora, os gatos brancos, ou com uma porção de manchas brancas, podem ser donos de olhos azuis, verdes, amarelos ou cobre. Já os gatos com manchinhas nos rabos, patas e focinhos, têm olhos azuis.


(*) Yasmin Silva: tudosobregatos.com.br