terça-feira, 31 de janeiro de 2017

GATEIROS E CACHORREIROS. EITA RAÇA!







por Dener Giovanini

Camponês carregando gatinhos encalhados para terra seca durante enchentes na Cidade de Cuttack, na Índia



Normalmente não comento sobre as manifestações dos leitores. As razões são várias. Vão desde a impossibilidade de responder pessoalmente a todas as mensagens – que são muitas – até a precaução no sentido de manter um espaço absolutamente democrático para que cada um se manifeste livremente, sem correr o risco de ter sua opinião censurada ou questionada.

Porém, dessa vez decidi tecer mais alguns comentários a respeito da nota sobre a Consulta Pública da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, que irá publicar uma Lista Oficial de Espécies Invasoras.

O que me motiva a escrever agora foi a enorme repercussão que a nota alcançou. Foram quase 6 mil recomendações no Facebook, mais de 150 comentários de leitores e quase 200 réplicas no Twitter.

Poucas vezes vi na internet um número tão grande de pessoas se manifestando a respeito de uma notícia. No caso da nota sobre as espécies invasoras, tamanho alcance deve-se principalmente ao enorme poder de mobilização que os protetores de animais domésticos possuem. Eles são conhecidos popularmente como gateiros e cachorreiros. São pessoas que dedicam grande parte do seu tempo a causa da proteção dos animais domésticos.

Essas pessoas são capazes de sacrifícios imensos para defender aquilo que elas acreditam. Não existe no mundo – e digo sem medo de errar – nenhum outro movimento em que seus membros se envolvam tanto com a causa que abraçam. Nenhum grupo político ou religioso possui integrantes dispostos a tanto sacrifício pessoal como é o caso dos gateiros e cachorreiros. Nenhum grupo social tem uma capacidade de mobilização tão forte quanto eles. É impressionante.

Rapaz salva cão de Turistas em
Melbourne


A sorte de quem maltrata animais é que esse imenso grupo de protetores ainda desconhece o poder que tem. Pois no dia que eles se organizarem e passarem a ter estratégias claras de atuação, o mundo político irá tremer.

Os protetores de animais podem arruinar uma carreira política. Podem condenar um produto ao fracasso e, até, causar enormes prejuízos à empresas que insistem em ignorá-los. Uma grande parte desse grupo de ativistas é formada por donas de casa. São mulheres que decidem o que comprar em seu lar e que, com o poder de mães, esposas e filhas, conseguem mudar a opinião – e o voto – da família.

Para a felicidade daqueles que ignoram os apelos desse grupo, o movimento ainda não é organizado. Não existem lideranças nacionais com capacidade de mobilizar e de conduzir uma ação uniforme em território nacional. No dia que isso acontecer, senadores da República e até candidatos a presidente do país terão que estender tapetes vermelhos para eles.



O mais impressionante nesse grupo, além do grande poder de mobilização, é outra característica muito singular: grana. Ou melhor, a falta dela. Em 25 anos de lida diária na causa ambiental, nunca vi um “movimento social” trabalhar sem ganhar. Pelo contrário. Penso que os protetores de animais é o único grupo que tira do próprio bolso o financiamento para as suas causas. Eles não são empregados em ONGs, não recebem bons salários, como a grande parte dos ambientalistas profissionais, não dispõe de financiamento público e muito menos recebem emendas de parlamentares. O dinheiro deles vem das “vaquinhas”, das “rifas” e dos trocados que conseguem juntar impondo-se algum sacrifício pessoal.

Não existem estatísticas que mostram quantos eles são. E muito menos existem dados oficiais sobre quem eles são.



Mas uma boa dica para identificar um potencial protetor é reparar em alguns dos seus hábitos mais comuns: possuem animais domésticos, provavelmente mais de um. Nas redes sociais, seus álbuns de fotos sempre possuem a foto de um gatinho, de um cachorrinho, ao lado das imagens de suas famílias. Nas ruas, seu animal de estimação está quase sempre no colo, ou, se for grande, sempre ostentará um pelo brilhoso ou uma coleira da moda. Para esse grupo, não existe diferença social entre os animais. Os de “raça” e os “vira-latas” são iguais, nem mais, nem menos.

A eles, os protetores e protetoras do Brasil, dedico minha inteira admiração e agradeço imensamente as lições de amor e respeito à vida, que muitas vezes nos faltam quando somos absorvidos pelos debates “técnicos” em nossa luta ambiental.

Obrigado.

Fonte: sustentabilidade.estadao.com.br

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O Amor a um gato.






por Reinaldo Polito(*)

Só quem tem ou teve animais e se apaixonou por eles vai me compreender.
Billy-o gato de Reinaldo Polito



Há oito anos, escrevi um texto contando como aprendi a afastar uma ideia preconceituosa. Contei a história de um gato que entrou na minha vida e conquistou meu coração. Vou reproduzir o texto e contar o que ocorreu na sequência. Vamos a ele.

Nunca fui muito chegado em gatos. Sempre achei meio bobinhas as pessoas que se derretiam falando de seus bichanos. Pensava: que graça esse povo vê nesses felinos que não gostam muito de gente, ficam na deles, são barulhentos e vivem fazendo xixi nas cortinas para marcar território?

Minha mulher, entretanto, queria porque queria um gato. Fechei questão: gato em casa não entra. Só não disse que se entrasse um eu sairia, porque não sou de ameaçar. Mas, que deu vontade, deu.

Não fui firme o suficiente e sucumbi. Não só consenti que ela tivesse um gato, como ajudei a escolher, comprei e dei de presente. Aprendi cedo que, diante da derrota inevitável, devemos garantir o futuro.

Billy é o seu nome. Um gato persa cor de mel, muito parecido com o Garfield. Desde os primeiros dias deu muito trabalho. Fazia cocô e xixi no canto que julgasse mais conveniente. Até a cadeira do meu escritório foi premiada. Pegou todos os tipos de doença que um gato pode pegar. Levou meses para sarar. Não sei se também por isso, ou se apesar disso, me apaixonei pelo Billy.

Agora ele está lindo. Faz suas necessidades na caixinha sanitária, sempre no mesmo lugar. Quando chego em casa, à noite, depois que termino de dar minhas aulas, ele está plantado na porta me esperando e me recepciona roçando o rabo nas minhas pernas.

Depois que tiro o terno e vou escrever meus textos no computador, ele pula em cima da escrivaninha e se ajeita entre o teclado e o monitor. Faz isso todos os dias. No dia seguinte, às 6 horas da manhã, sobe na cama, pula no meu peito, e sapateia na minha cabeça até eu acordar. É o meu despertador.

Pois é, o Billy me deu uma bela lição. Quantas vezes temos rejeições porque as experiências que possuímos são insuficientes. Prejulgar é muito perigoso, pois, além de corrermos o risco de cometer injustiças, podemos fechar portas importantes, que nos mostrariam bons caminhos para sermos felizes.

Falando em ser feliz, já são onze e meia da noite e o Billy está se aninhando no teclado do computado...r. Desculpe, é que a patinha dele estava bem em cima da letra "R"."
O tempo passou...

Esse foi o texto que publiquei. Agora vem a sequência. Algumas informações se repetem, para que sejam compreendidas no novo contexto.

Pois bem, o tempo passou e as coisas continuaram mais ou menos do mesmo jeito. A única mudança foi que, pela manhã, Billy deixou de pular no meu peito e passou a acordar minha mulher, que ficou muito feliz em ter a atenção dele dividida comigo e com ela. No ano passado, uma tristeza se abateu sobre nós.

Resolvi passar para o texto o que estava sentindo. Escrevi só para mim. Pensei mesmo em nunca revelar aquelas palavras que saíam lá do fundo do coração. Provavelmente, ninguém entenderia aquele meu sentimento. Aqui está o texto que ficou guardado por cerca de um ano.

Hoje acordei triste. Billy, nosso gatinho está acabrunhado, sem forças, isolado no seu cantinho. Nem sombra daquele companheiro que ficava me olhando com 'meia cara'. Deixava metade da cara escondida atrás da porta e olhava com a outra metade. Quando nossos olhares se cruzavam, saía correndo para brincar de esconde-esconde.

Às vezes, era difícil encontrá-lo, pois sempre descobria novos esconderijos para nossa brincadeira. Em outras oportunidades, eu fingia não o ter visto. Ao perceber que eu estava desistindo, dava um miado para eu saber que ele continuava nas imediações.

Na época em que estava bem, o que mais gostava era ir comigo na varanda do apartamento. Eu me sentava e ele ficava passando no meio das minhas pernas de um lado para outro. O episódio da varanda sempre terminava com ele se deitando para eu fazer um cafuné. Em seguida, eu me levantava e ele acompanhava até a cozinha, para eu dar um pouco de comida.

Quando eu chegava à noite, lá pelas onze, ele estava perto da porta me esperando. Sempre me acompanhava e não via a hora de eu ir para o computador para se deitar ao meu lado, em cima do teclado. E lá ficava até de madrugada, no momento de eu ir para a cama. Às vezes, me acompanhava e pulava na cama também.

Em outras oportunidades, se acomodava em um de seus cantos preferidos –que sempre foram muitos. A escolha do canto dependia da temperatura e da sua vontade.

Pela manhã, acordava minha mulher. Um reloginho. Cinco horas em ponto ele subia nas suas costas. Um pouco mais cedo do que fazia comigo. Se ela não acordasse, Billy dava um ou dois miados fortes, até que ela o levasse até a cozinha para dar comida fresca. Ela nunca se incomodou, nunca reclamou. Pelo contrário, sentia prazer nesse contato com o gatinho logo pela manhã.

Vez ou outra Billy também me chamava para abrir a porta da área de serviço. Gostava de sair um pouco e olhar a porta do apartamento do vizinho. Depois de um tempo, caminhava até a porta corta-fogo para bisbilhotar no elevador de serviço. Nada que levasse mais que cinco ou dez minutos. Satisfeito, voltava comigo para o apartamento.

Sempre companheiro, amável, bonzinho. Como estamos tristes em vê-lo assim quietinho, com jeito de adoentado. E está mesmo doente. Com problema no fígado, estamos dando todos os medicamentos recomendados. Mas ele não tem reagido muito. Quando pensamos que melhorou um pouquinho, ele volta a se isolar no canto. Essa sensação de impotência, sem saber o que fazer, é frustrante.

Quando ele piora, começa a miar. Um miado rouco, de desespero, pedindo ajuda. Uma ajuda que não sabemos como dar. Além de levar ao veterinário, fazer exames, dar soro e voltar para casa com mais remédios, nada pode ser feito. Em certos momentos mal consegue se sustentar sobre as pernas de trás. Precisamos até dar comida na boca para ver se fortalece um pouco.

Billy é uma espécie de membro da família. Todos que ligam em casa nunca deixam de perguntar por ele. Conquistou uma legião de amigos e admiradores ao longo desses oito anos.

Estou escrevendo porque não sei o que fazer agora. Vou lá pegá-lo um pouco no colo, mas não sei se é isso mesmo que ele quer. Tenho receio de incomodá-lo. Puxa, como seria bom se ele conseguisse se recuperar. Os olhos, mesmo tristes continuam os de sempre, lindos."

Esse foi o texto que ficou "na gaveta" durante um ano. Só agora o recuperei para contar o final da história. Escrevi o seguinte:

Até aqui, escrevi em março de 2016. De lá para cá melhorou bastante. Até voltou a brincar. De vez em quando dava uma piorada, mas por pouco tempo. Em seguida, se recuperava. Não era mais o mesmo Billy de sempre, mas estava melhorzinho. Tinha altos e baixos, com idas frequentes ao veterinário. Às vezes, deixava de comer e precisava tomar soro. E assim foi levando. O veterinário disse que ele não ficaria bom de vez. Iria levando assim.

Agora, no começo do ano, viajamos de férias. Sabíamos que ele não estava muito bom. Fomos tranquilos, porque minha mãe e meu filho estavam de olho nele. Dois dias antes de voltarmos, no dia 20 de janeiro, quando estávamos num restaurante, recebemos um telefonema do meu filho. Ficamos sobressaltados –será que é algo com o Billy?

Meu filho estava chorando. Já havia duas semanas o gatinho estava internado e não tinha mais como se recuperar. Queria saber se insistia mais um pouco até chegarmos, ou autorizava sacrificá-lo. Seria muito egoísmo da nossa parte segurar o bichinho naquele sofrimento. Ele se foi.

Que vazio, que tristeza na nossa volta. Que falta ele nos faz. Como dói essa saudade. O Billy nos deu tanta alegria e foi tão amado.

Escrevo agora com lágrimas. Parece que o estou vendo ali, na minha frente, esperando para irmos até a varanda. Tchau, Billy. Você foi um presente que a vida nos deu.

Se você gosta de animais, sabe exatamente que tipo de sentimento é esse.

(*)REINALDO POLITO Autor de 25 livros que venderam mais de 1 milhão de exemplares, dá dicas de expressão verbal para turbinar sua carreira.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Gatos no Escritório.




Para Melhorar a Produtividade
por Daia Florios


Imagem: jie.itaipu.gov.br/




Gatos no trabalho para melhorar a produtividade





Quem não gostaria de ter um gato no local de trabalho? Estou falando do gato bicho, vamos esclarecer! Quem ama gatos adoraria sentar-se à mesa do escritório e esperar que os queridos felinos domésticos começassem a se enroscar em suas pernas… Isso não é um sonho para os funcionários da Ferray Corporation, uma empresa japonesa que trabalha com construção de sites e desenvolvimento de aplicativos. Os anfitriões da empresa, de fato, são nove adoráveis gatos adotados, autorizados a percorrer o escritório todos os dias.



É claro que, entre os fios, documentos, monitores e teclados não há muito a divertir-se por ali, mas os gatos sabem ser grandes brincalhões, animando os dias úteis: aparentemente acidentalmente, desligam o computador, mastigam cabos de LAN, arranham as paredes, amassam papeis, arruinam os códigos passando as patas sobre os teclados à procura de carinho, e aprontam o tempo todo.


Eles dormem até mesmo nas mesas no meio das reuniões e, quando chegam novos clientes, têm o hábito "ruim" de explorar suas bolsas e sacolas, mergulhando dentro destas para brincar. Mas é claro que tudo isto faz parte do jogo, é parte integrante da vida com os gatos.


E os funcionários não têm nenhuma dúvida de que, apesar desses pequenos 'inconvenientes', os gatos têm trazido muitos benefícios ao ambiente de trabalho. A relação entre os colegas melhorou, uma vez que os gatos são um assunto que os leva a estarem mais juntos, sem mencionar a redução do estresse e a melhora na produtividade.







E as políticas pró animais de estimação da empresa não terminam com os 9 gatinhos do escritório. Todos os dias é permitido levar ao trabalho o seu animal de estimação. E se os funcionários não tiverem um animal de estimação, a empresa paga ¥ 5.000 por mês (cerca de 42 dólares) para um "bônus gato" para adotar um gato que precise de um lar. 


Quem não gostaria de trabalhar em um escritório desses?





domingo, 22 de janeiro de 2017

As 5 causas de doenças no fígado de cachorros e gatos



















As doenças de fígado são umas das mais comuns em cães e gatos. Conheça cada uma, seus sintomas e como evitar

O fígado é um dos órgãos que mais podem ser comprometidos em cães e gatos. Muitas doenças originadas nele são causadas por uma alimentação deficiente – seja pelo uso de ração de qualidade inferior, seja pelo consumo de comida humana. Outras causas das doenças hepáticas são: trauma (pancada ou atropelamento), infecções bacterianas e virais, e intoxicação por remédios.


Funcionamento


O órgão atua no metabolismo de carboidratos, gorduras e sintetiza proteínas. Ele é responsável também pela metabolização e excreção de drogas e toxinas, por isso sofre com o uso de medicamentos usados à longo prazo (mais de um ano). É necessário administrar essa medicação com o médico veterinário. Forma e excreta bile, que atua na digestão de gorduras e o seu funcionamento correto é importante para o sistema imunológico do animal.


Sintomas


Quando há algo errado, o animal pode apresentar dor abdominal, diarreia, vômitos, falta de apetite – e perda de peso por consequência –, urina alaranjada, fezes de tonalidade mais clara (acinzentadas), problemas de cognição, e presença de cor amarelada na pele, mucosas e olhos. As doenças no fígado são silenciosas e quando apresentam sintomas geralmente já estão em estágio avançado, quando 75% ou mais da função hepática está comprometida.


Diagnóstico


Baseado no histórico de saúde do bicho, sinais clínicos e exames laboratoriais. Normalmente são requisitados exames de sangue e ecografia.
Mais comuns


  • Hepatites tóxicas e medicamentosas: Causadas por envenenamentos, remédios ou intoxicações alimentares. Normalmente é grave e pode levar a óbito dependendo da dose do elemento tóxico.


  • Tumores de fígado: Ocorre com frequência em raças predispostas, como pastor alemão, labrador, rottweiler e poodle, ou em animais mais velhos. Dependendo do local, pode ser operado.


  • Hepatites infecciosas: A mais comum é a viral, prevenida com vacinação. Pode aparecer em cães de qualquer idade, sendo os filhotes os mais propensos a contaminação. Já a leptospirose causa uma das infecções hepáticas mais graves. Ela ocorre principalmente em cães e pode ser transmitida para o ser humano.

  • Lipidose hepática: Acúmulo de gordura no fígado, muito comum em gatos que passam por período de jejum e anorexia.


  • Obstrução biliar: Geralmente provoca retenção ou refluxo biliar, sendo causada por lama ou pedras na vesícula biliar. Muitas vezes vem acompanhada de pancreatite (inflamação do pâncreas), o que agrava o quadro. Tratada com medicamentos e cirurgia para a desobstrução e retirada do cálculo biliar. Pode levar à óbito se não tratada.


Como evitar: É imprescindível uma alimentação balanceada, vacinação correta, acompanhamento veterinário e exames periódicos. Quando o animal estiver com idade avançada, os cuidados precisam ser redobrados.


Fontes: médicos-veterinário Paulo Cordeiro Júnior, da Clinivet Hospital Veterninário; Sylvio Elias, da Arca de Noé Clínica Veterinária; e Maicon Paulo, do Hospital Veterinário São Bernardo.




quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Os reis da casa miam





por Patrícia Santos Dumont pdumont@hojeemdia.com.br



Eles já foram renegados, usados como isca para exterminar roedores e, anos mais tarde, endeusados, encarados como verdadeiras divindades. Hoje, vêm derrubando estigmas e tabus. Tornaram-se os peludos queridinhos do Brasil. Em uma média de 1,9 animal nos lares onde dão o ar da graça, segundo o IBGE, os gatos estão, aos poucos, “roubando” o reinado dos cães e, definitivamente, conquistando os corações e lares brasileiros. 


Figura independente, econômica e quase autossuficiente, os bichanos parecem ter sido talhados para o século 21. Num mundo verticalizado e entulhado de cidadãos cada vez mais ocupados, cuidar de um cão pode parecer uma missão assustadora. Os felinos, por sua vez, são perfeitos para dividir os espaços compactos dos apartamentos modernos. 


Higiênicos e praticamente programados para usar a caixinha de areia, dispensam o luxo do banho no pet shop e o passeio na rua. Querem mesmo é um bom e demorado cafuné na cabeça. Só quando pedem.


Na casa da advogada e empresária Lívia Almeida Pinto, de 35 anos, Lui, Laila e Pantera, há tempos, jogaram por terra a fama de que seus parentes são interesseiros e antissociais. Primeiro a habitar o novo lar, Lui foi logo se tornando melhor amigo do schnauzer Chico, de 10 anos, que, até então, imperava sozinho no apartamento do bairro Buritis.


“Eles ficam soltos, todos juntos e nunca houve nenhum problema. Aliás, o Chico e o Lui se tornaram amigos desde o primeiro dia de convivência. Pantera só dorme comigo e Laila é um gato bem típico, mais na dela”, conta Lívia, que declara: “Amo cachorro, mas se tivesse que escolher outro bicho para adotar, hoje, seria um gato”.


A predileção tem motivo. Segundo a empresária, eles são tranquilos e equilibram o temperamento dela, agitada e impaciente. 





COMPANHEIROS – Quando Lívia adotou Lui, mal sabia que o gatinho se tornaria o melhor amigo do schnauzer Chico, de 10 anos; além dos dois, a empresária é "mãe" de Layla e Pantera






Quase um casamento



A empresária Ariadne Torquetti, de 46 anos, também não vê a vida sem uma figura peluda e fofinha em casa. Afinal, são 17 anos ao lado de Afonso, um presente do marido, Elton, com que está casada a mesma quantidade de tempo. Companheiro e extremamente sociável é como ela define o bichano, irmãos de outros três gatos, Ariel, 16 anos, Fidel, 10, e Toulouse, 6, e de Maria Clara, de 8 anos, filha única do casal. 







FAMÍLIA - Há 17 anos, Ariadne ganhou Afonso (gato cinza) do marido, Elton; depois dele vieram Fidel (preto), Toulouse (no colo da filha do casal, Maria Clara) e Ariel, que preferiu não sair na foto





Especialista em medicina felina e presidente da Academia Brasileira de Clínicos de Felinos, a veterinária Myrian Iser, proprietária da Gato Leão Dourado (primeira clínica especializada em gatos de BH), aponta a facilidade de criação como uma das principais justificativas para o crescimento da população de gatos domésticos. “Quem nunca gostou e passa a conviver, se apaixona”, diz. 


Dicas importantes para os ‘gateiros’ de primeira viagem


Apaixonar-se por um bichano e desejar ter um em casa é fácil, mas “gateiros” de primeira viagem precisam ficar de olho no manual da adoção. Preparar o ambiente que irá receber o gatinho e conhecer os principais hábitos e necessidades básicas dos felinos é fundamental para uma boa recepção. 

A dica número um da veterinária Myrian Iser é submeter o pet a um check-up completo que pode diagnosticar doenças muito prevalentes nesses animais, como Fiv e Felv – Aids e leucemia felinas, respectivamente –, ainda sem cura. Consultar um especialista também vai ajudar a planejar o calendário de vacinação e a castração, recomendada a partir dos 6 meses de vida.


Orelhas de gatos giram 180 graus para mapear os arredores. Eles escutam sons hiperagudos e identificam as ondas emitidas por morcegos


Disponibilizar fontes e recipientes com água e espalhá-los pela casa é outra forma de evitar problemas renais, aos quais eles são mais propensos. Nunca encha demais os pratinhos, assim fica mais fácil controlar a quantidade de líquido que está sendo ingerida ao longo do dia.


Para evitar acidentes, janelas e varandas e outros locais pelos quais os gatos possam fugir também devem ser protegidos com telas ou vidros. “O gato tem um instinto de caça muito aguçado e no ímpeto de caçar um passarinho ou borboleta pode cair. Esse traumatismo da queda pode ter consequências sérias e culminar na morte do animal”, alerta a especialista. 


Flávio Tavares




ESPECIALISTA - Myrian Iser é dona da Gato Leão Dourado, clínica veterinária, localizada em BH, onde somente gatos são atendidos; abandonado no local, Arthur virou o mascote da casa



Entretenimento


Gatos domésticos também devem ter à disposição muitos e variados tipos de brinquedos, que não só instigam o instinto selvagem, como servem de atividade física. Arranhadores, para afiar as garras, obstáculos altos e ambientes para descanso e esconderijo, como caixas de papelão, também são excelentes agrados. 


A veterinária Priscilla Freitas Santos Lacerda, responsável pela clínica de felinos da São Geraldo Clínica Veterinária, em BH, também aconselha atenção especial à oferta de água, comida e de caixas de areia, onde os felinos fazem xixi e cocô. “Se a pessoa tiver um gato, recomenda-se que ofereça duas caixas de areia, dois potes de água e dois de comida. Assim, eles ficam mais à vontade no ambiente onde vivem”.


Os bigodes dos felinos são sensíveis ao tato, direcionando a boca à presa, auxiliando na locomoção e indicando a largura de fendas


Donos de hábitos muito peculiares e extremamente fiéis a eles, gatos costumam rejeitar carinho na barriga, no rabo e nas patas. Também são avessos ao excesso de barulho, já que têm a audição muito mais desenvolvida do que a nossa e a de outros animais, e são sensíveis a cheiros – o olfato deles é o sentido mais importante. Gatos selvagens caçam usando o cheiro da presa: percebem onde passou e a esperam retornar. Eles têm nas narinas o dobro de células olfativas dos humanos.


Saiba mais


Um levantamento feito pela Euromonitor International dividiu o mundo entre países que gostam mais de gatos e os que preferem cães, mapeando as preferências com base no consumo de ração e nos cuidados dedicados aos pets. De acordo com a pesquisa, países ricos do Hemisfério Norte tendem a ter mais felinos, enquanto os do Sul criam mais cães, mais numerosos também na América Latina. No Brasil, são 52,2 milhões de cachorros (média de 1,8 por domicílio que tem pelo menos um cão), contra 22,1 milhões de gatos (cerca de 1,9 por casa onde moram felinos), conforme o IBGE. Na América Latina, dentre os 53 países avaliados, apenas a Guiana Francesa tem mais gatos. Os felinos também são preferência na Europa Ocidental, exceto em Portugal, na Espanha e na Irlanda. Na Suíça, na Áustria e na Turquia, por exemplo, são 3 gatos para cada cão.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Gato Savannah




por gatolegal




O Savannah é uma raça híbrida, fruto do cruzamento entre o gato doméstico e o Serval, um felino selvagem de origem africana. A cruza incomum despertou o interesse de muitos criadores no final da década de 1980 e início da de 1990, mas a raça foi reconhecida internacionalmente somente a partir do ano de 2001.

De aparência elegante, o Savannah parece um Serval em miniatura. Apresenta um corpo magro e longo, com pernas compridas e cabeça pequena em relação ao corpo, características típicas de seu ancestral africano. Essas particularidades atribuem a raça Savannah um visual exótico e selvagem.

No entanto, por se tratar de uma raça recente, ainda há uma grande variação entre as linhagens de Savannahs hoje existentes. Por isso, a aparência de cada Savannah pode variar muito, dependendo da proximidade genética com o ancestral selvagem e também das linhagens usadas no cruzamento.




Coloração: dourado, marrom ou prateado, com manchas.
Expectativa de vida: 15 a 20 anos.
Olhos: com uma linha escura que vai em direção ao focinho.
Nível de energia: grande.
Pelagem: curta.
Qualidades principais: dócil e inteligente.
Tamanho/Peso: chegam até a 15 kg.

O gato Savannah é atlético, rápido e muito ágil, um saltador nato. Alguns exemplares podem saltar até 2,5 metros de altura. Inteligente, pode aprender a abrir portas e armários, o que requer um cuidado especial por parte de seus donos.

O Savannah é um gato enérgico, extremamente curioso, determinado, sempre disposto e aberto a novas possibilidades de interação. Alguns Savannahs gostam até de brincar com água, pescando brinquedos ou mesmo se arriscando a entrar em banheiras.

Ativo e alerta, o gato Savannah adora brincar e é excelente parceiro para jogos de correr, esconder e até de buscar objetos.




Apesar da origem selvagem, os gatos da raça Savannah são dóceis, muito sociáveis e apegados à família. Essa sociabilidade certamente se deve ao fato de o próprio ancestral Serval ser passível de domesticação. Pela semelhança de comportamento, é frequentemente comparado a um cachorro. Gosta de seguir os proprietários pela casa e é especialmente capaz de aprender a andar de guia e coleira.

Considerando todas essas peculiaridades, o Savannah é uma ótima companhia para outros animais. Desde que supervisionado por um adulto no início, o gato Savannah costuma se dar bem com os cães, com outros gatos e também com as crianças, e com tanta energia e disposição é plenamente capaz de acompanhar o ritmo acelerado dos pequenos.



sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Gatos e Alergia Alimentar





A alergia alimentar não é um distúrbio exclusivo dos seres humanos. Quando não é diagnosticada com precisão, ela também pode causar problemas aos nossos animais de estimação como cães e gatos, que podem ter sintomas de ordem dermatológica ou gastrintestinal. Saiba quais são os sinais apresentados pelo seu bichinho e como deve ser o procedimento com as informações da médica-veterinária Dra. Ana Gabriela Valério.

Assim como os seres humanos, os cães e os gatos também podem ter alergias alimentares? Como e por que elas ocorrem?

Sim. Assim como em humanos, os cães e os gatos podem apresentar o quadro de alergia alimentar. A alergia alimentar ocorre quando uma parte do alimento (as proteínas) é reconhecida como um corpo estranho (um antígeno) pelos anticorpos (sistema imunológico) do animal.

As alergias são desencadeadas normalmente pelo estímulo contínuo do sistema imunológico. Por esse motivo é comum ouvir que os animais não apresentavam nada e, de uma hora para outra, começaram a apresentar alergia.

Existe diferença entre intolerância e alergia nesses casos?

A intolerância alimentar é o nome dado a todas as dermatoses ou sintomatologias gastrintestinais causadas pela ingestão de um alimento, podendo estar ou não o sistema imunológico envolvido.

Alergia alimentar ocorre necessariamente se os anticorpos (sistema imunológico ou sistema de defesa) estiverem envolvidos. Neste caso, quando a proteína do alimento é absorvida pelo intestino do animal, rapidamente os anticorpos a reconhecem como um corpo estranho e então o processo alérgico é desencadeado.

Quais são os grupos de alimentos ou rações mais suscetíveis de causarem alergias?

As alergias alimentares são causadas geralmente pelas proteínas do alimento. Não existem grupos de alimentos mais susceptíveis. O que ocorre é que normalmente os alimentos disponíveis no mercado são produzidos com as mesmas fontes de proteína, e os animais, dessa forma, acabam 'apresentando'/ 'entrando em' um processo alérgico desencadeado primeiramente por essas fontes comuns.

Quais costumam ser os sintomas da alergia alimentar nos animais?

Os sintomas dermatológicos da alergia alimentar são bem variáveis, muitas vezes vagos e confundidos com outras doenças. Os animais podem apresentar prurido (coceira), urticária e alguns problemas de queratinização. Em alguns casos a sintomatologia apresenta-se como desordens gastrintestinais. É essencial a ajuda de um médico-veterinário para chegar ao diagnóstico de alergia.

Como é feito o diagnóstico nesses casos?

O diagnóstico de alergia alimentar é baseado primeiramente na eliminação de outras causas de prurido (picada de pulga e carrapato, por exemplo) ou das sintomatologias gastrintestinais, seguido pelo início de uma dieta de eliminação que deve ser recomendada e seu uso acompanhado pelo veterinário.

Se o meu gato ou cão possui alergia a alguns alimentos, qual deve ser o procedimento? Como deve ser a dieta?

Após o diagnóstico de alergia alimentar, o médico-veterinário deverá recomendar o uso de uma dieta mais adequada ao animal, levando em consideração todos os fatos estudados para determinação do diagnóstico (histórico, testes e análises laboratoriais, por exemplo).

Existe algum tipo de tratamento para a alergia em cães e gatos? Ela tem cura?

O uso de uma dieta adequada para o animal, recomendada pelo médico-veterinário, auxilia no tratamento, mas a necessidade de uso de medicamentos não é substituída. Portanto, faz-se necessária a recomendação e acompanhamento do médico-veterinário durante todo o período de utilização do alimento e, havendo necessidade, medicamentos serão prescritos. Em alguns casos a utilização do alimento pode ser recomendada por toda a vida do animal.





Dra. Ana Gabriela Valerio é Médica Veterinária, Consultora Técnica e Científica da Royal Canin do Brasil.



quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Gatos e bom gosto: Cat Bistrô







Está de malas prontas para viajar à Itália? Certamente vai conhecer Roma e se você é um elurófilo, um amante dos gatos já tem um lugar imperdível para conhecer.



Aqui vai o endereço da Romeow Cat Bistrô: Via Francesco Negri, 15, 00154 Roma • Tel: 06 5728 9203


O ambiente é acolhedor, bem decorado, bem "gato":


Bem decorado:


Tudo tem o carinho 








segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Leite na alimentação dos gatos.







por Dra. Luciana Domingues de Oliveira





Cães e gatos são mamíferos. Isso significa, entre outras coisas, que os filhotes se alimentam, por um certo tempo, exclusivamente do leite produzido por suas mães. Entretanto, há uma diferença muito importante na composição do leite produzido por cada espécie de mamífero e, mais que isso, mamíferos têm seu metabolismo adaptado com enzimas digestivas para aproveitar o leite apenas quando são filhotes. Então, podemos dizer que é um erro grande, mas bastante comum, os proprietários fornecerem leite de vaca para cães e gatos adultos e filhotes. Especificamente no caso do leite de vaca, como ele é produzido por um animal herbívoro, é muito rico em açúcares (lactose) e pobre em proteínas e gorduras para um carnívoro, como o cão ou o gato. Por isso, podemos observar diferentes problemas em cães e gatos alimentados com leite de vaca.





Os principais são:


- Filhotes: por causa do alto conteúdo de lactose do leite de vaca e pequenas quantidades de gordura e proteína, filhotes de cão e gato alimentados apenas com leite de vaca podem apresentar diarreia, flatulência e desnutrição severa, o que pode levar o animal ao óbito ou a ter um crescimento prejudicado e problemas de saúde;


- Adultos: cães e gatos adultos, assim como todos os outros mamíferos adultos, produzem pequenas quantidades da enzima que digere a lactose e podem apresentar episódios de diarreia por causa do consumo de leite de vaca. Dependendo da quantidade e frequência que esse leite for oferecido, os pets podem ainda desenvolver problemas digestivos leves a severos, prejudiciais à sua saúde também.


Ao contrário do que muitos falam, o uso de leite de cabra não é a melhor opção ao uso do leite de vaca, pois não contém quantidades suficientes de proteína e gordura, e também apresenta muita lactose.


Dessa forma, a melhor recomendação para alimentação de filhotes de cães e gatos é o uso dos chamados "sucedâneos do leite", industrializados, disponíveis no mercado, e a partir da segunda ou terceira semana de vida já iniciar a introdução de pequenas quantidades de papas feitas com ração de filhote de alta qualidade, pois minimizam-se as possibilidades de desnutrição.


Para cães e gatos adultos, a melhor recomendação é o não fornecimento de leite e o uso de um alimento completo, balanceado e de alta qualidade e adequado para as características do animal (p. ex.: idade, raça, porte).






(*)Dra. Luciana Domingues de Oliveira é Médica-Veterinária com mestrado e doutorado na área de Nutrição de Cães e Gatos. É também Consultora Técnica e Científica da Royal Canin do Brasil.

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