quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Como evitar que o gato demarque o território






Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.






Os gatos, como diversos outros animais, podem urinar e defecar para fazer demarcação do território e, assim, atrair parceiros sexuais, afastar competidores e reconhecer mais facilmente objetos e áreas novas. Essa prática, funcional para os gatos em determinadas circunstâncias, costuma produzir cheiro bastante desagradável para os humanos. Mas, felizmente, é possível evitar a demarcação adotando algumas técnicas.


Reconhecimento da demarcação

Ao contrário do que faz quando deseja simplesmente se aliviar, o gato não enterra as fezes e a urina ao demarcar. Para propagar melhor a sua sinalização, ele lança a urina de modo a espalhar bem o odor. Posiciona-se de costas para o alvo e lança um jato direcionado para trás – de um jeito que parece sair do ânus – atingindo facilmente as superfícies, tanto horizontais como verticais. A demarcação com fezes também ocorre, embora seja mais rara. O gato defeca sobre o local no qual deseja deixar a marca dele.


Efeito da castração

Pesquisas demonstram que cerca de 90% dos problemas de demarcação podem ser solucionados com a simples castração. Depois dela, diminui significativamente a concentração de hormônios sexuais no gato e as consequentes demarcações para atrair o sexo oposto e para afastar indivíduos do mesmo sexo.


Controle do território

Os gatos são obcecados pelo controle do território. Precisam conhecer cada pedacinho do espaço que lhes pertence. Por isso, quando o ambiente onde vivem é modificado, costumam ficar ansiosos. Sentem necessidade de analisar cuidadosamente o que possa significar perigo para eles – objetos, pessoas, animais e espaços desconhecidos.

Tudo o que é novidade, depois de demarcado, se torna mais facilmente reconhecível em futuras aproximações. Por isso, é comum gatos urinarem em bolsas e malas de visitas, em cortinas e sofás novos, etc.


Introdução de objetos dentro de casa, ou seja, no território do gato

Você pode ajudar a tornar menos assustadores para o felino os objetos recém-introduzidos na casa e, desse modo, evitar despertar nele o desejo de demarcá-los. Por exemplo, ao chegar um sofá novo, transfira para ele alguns cheiros conhecidos. Esfregue no móvel as suas mãos ou outra parte do corpo. Atraia o gato até a novidade – se precisar de ajuda, recorra a petiscos ou catnip, a erva do gato – e faça-o ter contato com o objeto de modo que o odor dele também fique impregnado ali.


A importância da boa sociabilização

Para tornar o gato mais confiante cada vez que estiver diante de uma nova situação, procure acostumá-lo desde filhote a ter contato com diversas pessoas, locais e objetos. Gatos pouco sociabilizados podem achar necessário demarcar sofás, janelas, revistas, etc., sempre que uma visita humana “invadir” o território deles.

Quando bem sociabilizado, o gato tende a aceitar com mais tranqüilidade as mudanças e novidades que ocorrem no habitat. Ou seja, tem menos necessidade de fazer demarcação cada vez que passa por uma situação nova.


Cuidado com a presença de outros gatos

O gato pode sentir que o território dele está ameaçado ao perceber nos arredores a presença de outro gato. A visita de um exemplar vindo da rua é capaz de fazer o gato da casa se desesperar e urinar por toda parte. Ver um outro gato pela janela- às vezes basta para ativar a demarcação. Mas olhar pelas janelas costuma ser um bom entretenimento para o felino — o bloqueio dessa possibilidade só deve ser adotado em último caso.



Como lidar com novos territórios

Estar num local desconhecido pode ser bastante assustador para o gato. Por isso, introduza-o aos poucos num novo espaço. Inicialmente, mantenha-o em cômodo pequeno, com água, comida e caixa sanitária, e vá “apresentando” gradativamente cada nova área. Ele estará pronto para iniciar uma nova inspeção quando demonstrar estar bem ambientado ao que já viu, ou seja, quando estiver comendo, descansando, urinando e defecando normalmente.


Hábitos antigos

Alguns gatos adquirem o hábito de demarcar periodicamente determinados objetos ou locais. Nesse caso, podemos dificultar o acesso aos alvos ou tentar torná-los desagradáveis para o gato. Fita adesiva de dupla face colada sobre uma superfície na qual o gato se apóia pode ser o suficiente para fazê-lo perder o interesse pelo local. Outra técnica é revestir com plástico um objeto habitualmente demarcado. Se a urina, ao ser espirrada, bater no plástico e respingar no gato, ele provavelmente ficará incomodado a ponto de abandonar o hábito.




sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Gatos: dá para evitar arranhadura e destruição dos móveis?



por Alexandre Rossi





São muitos os que convivem com gatos e reclamam da destruição de sofás, cadeiras, poltronas e cortinas da casa, já que eles costumam escolher justamente esses móveis para arranhar e, com as unhas afiadas, a destruição é quase certa!

No último dia 12-11-16, fiquei muito contente em ter sido convidado para participar do programa da Rede Globo “É de Casa”. E o assunto foram justamente os gatos e falamos também, justamente, sobre arranhadura.

Muitos não sabem, mas esse é um comportamento natural dos felinos. Mas porque gostam tanto? As garras deles são um componente importante em sua estrutura corporal. Eles a utilizam para agarrar-se a superfícies aderentes, escalar e para também se defender. As unhas, quando não utilizadas, ficam retraídas. Quando o gato precisa delas, literalmente coloca as garras para fora! Elas são afiadas e podem mesmo fazer um grande estrago em móveis.

Os gatos precisam, portanto, para a manutenção das garras, arranhar objetos, e eles costumam utilizar móveis ou superfícies ásperas para tanto.

Além disso, arranhar é uma forma de marcar o território, deixando marcas visuais e olfativas. Isso mesmo! Os gatos possuem glândulas odoríferas nas patas, razão pela qual o arranhar objetos deixa marcas olfativas perceptíveis para os felinos. Por este motivo, os móveis escolhidos e preferidos costumam ser os localizados em áreas onde o gato dorme e perto de uma área de entrada e grande movimento. As marcas visuais, por sua vez, são obtidas exatamente pelos fios desfiados, que ficam à mostra depois de serem bastante arranhados.

Finalmente, gatos arranham para alongar o corpo e também como uma forma de gastar energia, ou seja, trata-se de uma maneira de exercitar-se!

O que fazer?

Assim, considerando todos os motivadores acima, a solução para não ter móveis e objetos destruídos em casa é direcionar esse comportamento natural para objetos específicos para esse fim.

Uma providência simples é acostumar o gatinho a ter as unhas aparadas, com cortador apropriado para gatos, desde filhote. A cada 2 ou 3 semanas, é aconselhável cortar todas as unhas para que elas estejam sempre aparadas, diminuindo o potencial de destruição.

Também é importante identificar qual(is) os móvel(is) preferidos pelo gato para arranhar. Verificar onde se localizam, de que material são feitos e sua altura. Além disso, observar se prefere arranhar na horizontal ou vertical. Feitas essas observações, disponibilizar um arranhador de sisal ou fabricado em material parecido com o do móvel preferido para arranhar e colocar próximo a esse mesmo móvel que o gato costuma destruir.

Após providenciar um arranhador e colocá-lo próximo ao móvel “preferido” do gato, a dica é transformar a mobília em um objeto desagradável para arranhar… Pode-se conseguir este resultado cobrindo-se a parte do móvel com plástico grosso, ou fita dupla-face.
Quando o gato começar a arranhar com mais frequência o arranhador, pode-se começar a afastar o novo brinquedo, pouco a pouco, dia a dia, para um local mais conveniente para a família. Mas atenção: esta mudança deve ser feita gradualmente, à medida que o gato comece a demonstrar efetiva preferência pelo novo arranhador. E, neste meio tempo, não se deve tirar o plástico ou fita dupla-face do móvel, para que o bichano não se sinta tentado a matar as saudades do antigo “brinquedo”.

Finalmente, considerando que gatos arranham também para gastar energia, nunca esquecer de dar-lhes opções de brinquedos que ele possa “caçar” e perseguir, ou seja, providenciar enriquecimento ambiental e atividades, tornando, assim, a vida do gato sempre bastante ativa e divertida.


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Como Saber se o seu Gato Está Deprimido Parte II






Parte II (Parte I clique aqui)




Verificando sinais de Depressão.



Observe com que frequência o gato fica escondido. Apesar de terem uma vida social, felinos gostam de passar uma parte do tempo sozinhos. A maioria deles elege um "esconderijo" favorito (uma gaveta, um comportamento do armário etc.), mas passar tempo demais escondido é um sintoma de depressão.


🔺Quando deprimido, um gato prefere se esconder em lugares difíceis de encontrar. Em vez de ficar no armário, por exemplo, ele vai preferir lugares em que não pode ser visto.

🔺Aqui também há que se levar em conta os hábitos do animal. Alguns gatos se escondem mais do que outros, mas se o seu gato passava as noites lhe fazendo companhia e agora você não consegue encontrá-lo, considere a possibilidade dele estar deprimido.


Observe se há problemas na caixinha de areia. O estresse, um sintoma de depressão felina, leva os gatos a desenvolverem problemas relacionados à caixinha de areia.


🔺Entenda a diferença entre marcação de território e a urinação comum. A primeira normalmente não está relacionada à depressão. Gatos (em especial, machos) marcam o território urinando em superfícies verticais. Se o gato passou a fazer isso com mais frequência, é provável que ele sinta que seu domínio está ameaçado, o que não tem relação com a doença. No entanto, tensões entre o gato e outros animais podem provocar ansiedade, estresse e depressão. Procure resolver as disputas territoriais antes que elas possam evoluir para transtornos emocionais.

🔺A presença de urina e fezes na casa pode sinalizar depressão felina. Gatos apenas urinam e defecam fora da caixa de areia por desgostar do tamanho ou do formato dela ou porque a areia está suja. Se você não comprou um modelo novo de caixa e se a areia está limpa, a presença de urina na casa pode estar relacionada à depressão.

Combatendo a depressão

🔺Dê mais atenção ao gatinho. A depressão felina pode ser decorrente de falta de atenção. Procure dar ao gato todo o amor de que ele precisa para se sentir feliz e seguro.
Embora vivam em sociedade, gatos tendem a ser independentes. Eles normalmente demonstram quando precisam de atenção, e o melhor a fazer é esperar que seu gato venha até você. Quando estiver desesperado por carinho, ele vai se aproximar de você de forma afetuosa, roçando o corpo nas suas pernas ou cutucando você com o focinho. 

🔺Embora nem sempre seja possível suprir as necessidades afetivas do gato no momento em que ele as manifesta, tente pelo menos acariciá-lo por alguns segundos para que ele saiba que é querido por você.
Gatos adoram atividades estimulantes, portanto, tente brincar com ele. Cerca de 15 a 20 minutos por dia são suficientes. Eles adoram brinquedos que possam perseguir, como cordas e bichos de pelúcia. No entanto, nunca brinque de lutinha com um gato. Alguns donos os provocam com as mãos, o que pode deixá-los agressivos ou desconfiados de seres humanos.




Dê ao gato algum modo de se entreter quando você estiver fora de casa. Se você passou a se dedicar mais ao trabalho e acha que a depressão se deve a isso, tente deixá-lo feliz quando você estiver longe de casa. Há vários modos de fazê-lo:


🔺Deixe as cortinas abertas durante o dia, especialmente se você vive numa área rural. Coloque diante da janela uma mesa, aparador ou alguma superfície em que ele possa subir. Enquanto se entretém com o que se passa lá fora, o gatinho receberá sua dose diária de luz solar.
🔺Algumas empresas vendem DVD's que você pode deixar rodando enquanto está fora de casa. Tais filmes possuem estímulos de que gatos gostam, como pássaros, ratos e outros gatos. Mas tenha cuidado: o gato pode bater na televisão ou pular nela. Deixe-a segura, numa posição em que não possa cair por causa da curiosidade do gato.
🔺Há muitos brinquedos planejados para entreter gatos de estimação quando o dono não está em casa, como pássaros e ratos de pelúcia recheados com erva-de-gato. Existem também quebra-cabeças que, quando resolvidos, oferecem uma pequena recompensa, como um brinquedo ou um petisco, o que o mantém entretido quando você não estiver em casa. Mas tenha cuidado: alguns brinquedos desse tipo não devem ser usados quando não houver nenhum humano por perto. Escolha brinquedos que o gato possa usar com segurança sozinho.

Experimente a fototerapia. A depressão relacionada a questões sazonais pode ser aliviada através da terapia com luz.

🔺Compre uma luz que reproduza raios UV e deixe-a ligada no cômodo em que o gato estiver por algumas horas, diariamente. Tais luzes podem ser encontradas em lojas de jardinagem, já que são usadas no cultivo de plantas em lugares fechados.

🔺Sol Box é a marca de lâmpadas UV que os veterinários mais recomendam para gatos de estimação. Ela pode ser adquirida em sites dedicados a produtos de iluminação específicos para gatos, como o Pawsitive Lighting. Recomenda-se que a lâmpada, que produz uma luz forte e brilhante, fique ligada por 30 minutos ao dia durante o inverno.

Experimente feromônios sintéticos. Um veterinário pode lhe recomendar marcas de feromônios produzidos para induzir relaxamento e felicidade em gatos.

🔺O spray Feliway é um dos produtos mais populares desse tipo e pode ser comprado em clínicas veterinárias. Use apenas conforme as instruções e tire suas dúvidas com o veterinário.

Considere a possibilidade de tratar o gato com medicação. Esse é geralmente um último recurso no tratamento da depressão felina, uma vez que sujeita o animal ao risco de efeitos colaterais e porque gatos tendem a resistir à administração de medicamentos.


🔺Há quatro tipos de medicamentos usados para tratar depressão e transtornos de personalidade em gatos: benzodiazepinas (BZ), inibidores da monoamina oxidase (MAOI), antidepressivos tricíclicos (TCA) e inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRI). Veterinários receitam medicamentos SSRI ou MAOI para a maioria dos casos de depressão.

🔺Os efeitos colaterais variam de um remédio para outro, e alguns podem ser bem graves. Certas variedades de MAOI, por exemplo, podem provocar reações graves se o gato ingerir queijo acidentalmente. Antes de começar o tratamento, pergunte ao veterinário quais são os possíveis efeitos colaterais, e quais exigem cuidados emergenciais.

🔺Dentre todos os animais domésticos, os gatos são os que mais resistem à ingestão de remédios. Por isso, a maioria dos veterinários apenas os receita em último caso. Se for necessário usar algum tipo de remédio, aprenda a ministração, dosagem e armazenamento corretos. Em caso de dúvidas sobre algum desses tópicos, não hesite em esclarecê-las com o veterinário.

Dicas


🔽Sempre consulte um veterinário ao notar distúrbios comportamentais. Não presuma que o gato está deprimido apenas porque ele apresenta um sintoma. Certos sintomas da depressão, especialmente a falta de apetite, podem ser causados por várias outras doenças. Caso seu gato tenha algum problema sério de saúde, é importante começar o tratamento adequado o mais rápido possível.
🔽Se você imagina que a depressão do gato é decorrente da morte de outro animal de estimação, considere a possibilidade de adotar um novo cachorro ou gato. Obviamente, fatores financeiros e emocionais também influenciam essa decisão, mas, se o gato é sociável, adquirir um novo animal é uma ótima alternativa.

Fontes:

〉 http://www.petful.com/behaviors/feline-depression/
〉http://www.cat-health-guide.org/feline-depression.html
〉 http://www.cat-health-guide.org/feline-depression.html


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Como Saber se o seu Gato Está Deprimido Parte I



Parte I






Faça com que o gato seja examinado por um veterinário. Ao notar mudanças de comportamento, marque uma consulta com um profissional. Há a possibilidade de que a depressão seja causada por uma segunda doença mais grave e que requer tratamento específico.

🔺Conte ao veterinário quaisquer mudanças que tenha notado recentemente — alteração do apetite, horários de sono, personalidade, etc. O profissional deverá fazer exames de rotina no animal, como escutar os batimentos cardíacos, averiguar olhos e ouvidos e tirar a temperatura.
🔺Com base nas mudanças comportamentais relatadas por você, o veterinário pode julgar que exames mais detalhados (hemograma, raio-X, entre outros) são necessários. Os resultados de alguns desses exames saem imediatamente, ao passo que outros podem demorar alguns dias.
🔺Não havendo outra doença que explique os sintomas, é provável que o gato esteja com depressão felina.

Descubra se houve alguma mudança recente. A depressão felina pode estar ligada a uma série de causas. Avalie o panorama atual e descubra se uma mudança recente pode ter provocado a doença.

🔺Você se mudou recentemente? Mudar de casa é uma das razões mais frequentes para a depressão entre gatos. Muitos animais têm dificuldades para se adaptar ao novo lar e acabam caindo numa depressão temporária.
🔺Houve alguma morte na casa? A morte, tanto de pessoas quanto de animais de estimação, afeta os gatos. Eles não percebem ou compreendem a morte da mesma forma que humanos, mas são capazes de notar a ausência de quem morre, o que pode deixá-los deprimidos.
🔺Você ficou mais ocupado recentemente? Passar menos tempo ao lado do companheiro felino, seja por culpa do trabalho, da vida social ou de um novo relacionamento amoroso, pode provocar depressão. Os gatos, especialmente os siameses, precisam de convívio social e começam a se deprimir quando ficam isolados



Perceba a época do ano. O transtorno afetivo sazonal (SAD) não atinge apenas os seres humanos. Gatos também podem ser afetados pelas estações e tendem a ficar deprimidos nos meses de inverno.


🔺O inverno tem dias mais curtos, ou seja, menos luz do sol. A falta da luz solar pode levar à depressão felina, o que provoca algumas mudanças comportamentais. Se a personalidade do gato parece mudar de uma estação do ano para outra, ele talvez sofra de transtorno sazonal.
🔺A luz do sol afeta os níveis de melatonina e serotonina, causando fadiga, ansiedade e tristeza — tanto em humanos quanto em gatos. Animais que passam muito tempo ao ar livre estão especialmente sujeitos a desenvolver depressão no inverno.

Verificando sinais de depressão
Monitore os hábitos de sono do animal. Gatos são muito dorminhocos e podem passar até 16 horas do dia dormindo. Se ele passou a dormir mais do que o de costume, isso pode ser um sinal de depressão.


🔺Uma vez que gatos dormem bastante, pode ser difícil determinar quando eles dormem em exagero, mas o convívio com o animal dá ao dono uma ideia de quando ele costuma dormir e de quando costuma estar acordado. Use isso como referência para entender se o gato tem dormido mais do que o normal.

🔺O fato do bichano dormir nos horários em que costumava ficar acordado pode ser um sinal de depressão. Se você sempre o encontrava acordado ao chegar do trabalho, mas agora só o encontra dormindo, tome nota disso como um possível sintoma.

🔺Constate se houve diminuição de disposição. O gato parece letárgico quando não está dormindo? Alguns felinos são naturalmente preguiçosos, mas não é normal que um gato alegre e ativo comece a passar os dias deitado de uma hora para a outra.


Perceba se houve aumento da vocalização. Gatos sibilam, ronronam, miam... Aumentos perceptíveis na produção desses sons podem estar relacionados à depressão.

🔺Gatos deprimidos podem gritar, uivar ou sibilar em resposta a situações ordinárias (ou sem razão nenhuma). Essa é a forma que eles encontram de dizer que algo está errado.

🔺Assim como acontece com o sono, o que é vocalização anormal para um gato pode não ser para outro. Se o gato é normalmente barulhento e sempre mia para chamar a atenção, você não precisa se preocupar com a frequência das vocalizações. No entanto, quando um gato silencioso começa a acordar toda a casa com gritos noturnos, ele pode estar tentando comunicar que está infeliz.

🔺A produção excessiva de sons pode ser a reação diante da morte de uma pessoa ou animal muito próximo. O gato grita na esperança de que o companheiro perdido possa localizá-lo.


Observe o apetite. A tristeza pode levar gatos a comer mais ou menos que o usual. Procure observar quanto o seu tem comido.

🔺A perda de apetite é um sintoma frequente na depressão humana e felina. O desinteresse por comida, o fato de o gato não tocar na ração da tigela ou a perda de peso são alguns sinais de falta de apetite.

🔺Por outro lado, há gatos que comem demais durante a depressão. Esse sintoma é raro, mas pode acontecer. Procurar comida com mais frequência ou ganhar peso também podem ser sintomas de depressão felina.


Cheque a pelagem. Quando deprimidos, gatos param de lamber a pelagem ou o fazem em excesso, o que gera mudanças visíveis.

🔺Pelo opaco e sem vida pode ser um sinal de que o gato não tem cuidado dele apropriadamente. Muitas vezes, a falta de cuidados do animal com o pelo é notável: se você percebeu que seu gato perdeu o hábito de se lamber todos os dias após o jantar, por exemplo, ele pode estar com depressão.

🔺Outros gatos lambem o pelo excessivamente para combater a ansiedade. Isso é perceptível quando o gato toma "banhos" demasiadamente demorados. A perda de pelos em certas regiões do corpo e irritação na pele também são sinais importantes.



Continua amanhã

Fonte: pt.wikihow.com/

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Filhote de gato: como torná-lo um adulto dócil e sociável.






Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.


As primeiras semanas de vida são as que mais influenciam na definição do comportamento do gato. Desde como ele reagirá quando for acariciado até como se adaptará ao convívio com outros animais. Por isso, devemos aproveitar essa fase crítica do desenvolvimento para preparar bem o filhote para a vida adulta.


Sem controle total

Embora a fase da sociabilização tenha uma enorme influência no comportamento do filhote, não quer dizer que podemos controlar ou determinar o comportamento futuro do animal. Já vi proprietários de gatos anti-sociais se culparem por isso ou serem culpadas por amigos. Mesmo depois de uma boa sociabilização, alguns gatos tornam-se agressivos, medrosos ou desenvolvem ambos os comportamentos com outros animais e com pessoas.


Temperamento e personalidade

Numa mesma ninhada, alguns gatinhos são mais corajosos e extrovertidos que outros. As diferenças de temperamento são influenciados pela genética de cada exemplar. Por isso, quanto mais anti-social e medroso for o gatinho, mais importantes serão os procedimentos descritos a seguir. Esse raciocínio é válido também quando o filhote tem pais medrosos, agressivos ou anti-sociais.


Brincalhão quando filhote, medroso quando adulto

Muitos proprietários de um filhote sociável e desinibido deixam de sociabilizá-lo e de acostumá-lo a procedimentos e situações que enfrentará futuramente por causa do bom temperamento do gatinho. Mas muitos filhotes, principalmente quando não foram corretamente expostos a diversas situações, animais e pessoas, começam a ficar medrosos e cautelosos depois de saírem da infância.


Como sociabilizar

Apresente o seu gatinho de maneira agradável a diversas pessoas e animais. Evite qualquer desconforto ou susto durante essas interações. Por exemplo, procure brincar com o gato e alimentá-lo enquanto recebe visitas. Lembre-se que o filhote pode se assustar com pessoas, especialmente as crianças, e com animais que agem de maneira inesperada, o que pode resultar em trauma difícil de ser recuperado.


Importância das brincadeiras

Estudos demonstraram que brincadeiras aproximam o gato das pessoas. Brincar é, portanto, uma ferramenta importante para facilitar a interação. Mas brincadeiras feitas com o uso do próprio corpo podem estimular a agressividade do gato para com as pessoas. Por isso, ao brincar prefira fazê-lo com algum objeto. Em vez de estimular o felino a morder ou a caçar a sua mão ou pé, use um cordãozinho ou uma bolinha, por exemplo.


Procura por carinhos

Gatos acostumados a receber carinho nas primeiras semanas de vida tendem a procurar mais carinho quando adultos e a gostar de recebê-lo. É relativamente comum o gato ficar ansioso e atacar o proprietário depois de receber carinho por algum tempo. Uma maneira de evitar esse comportamento é acostumar o filhote a longas sessões de carinho. Se ele não for muito fã de afagos, procure acariciá-lo durante as refeições ou enquanto a estiver preparando. Outro momento propício é quando ele estiver acordando ou quase dormindo, pois a ansiedade estará bem baixa.


Pequenas restrições de movimento

Habituar o gato a ter uma parte do corpo imobilizada é importante para que ele venha a se comportar com naturalidade quando lhe dermos banho, cortarmos suas unhas e o escovarmos, por exemplo. Segure o gato firmemente, mas com muito cuidado para não provocar um trauma. Procure imobilizar gradativamente uma parte do corpo dele. Treine isso com freqüência, mas sem provocar grande desconforto. É importante fazer a restrição com firmeza e, se o gato tentar escapar, não soltá-lo enquanto esperneia, para evitar que aprenda a acabar com o desconforto dessa maneira.


Acostumar ao banho

Ensina-se o gato a tomar banho nas primeiras semanas de vida. Mas com muito cuidado para não transformar a experiência em trauma. Um erro clássico é tentar dar banho completo ao gato que nunca passou pelo processo antes. Se ele for contido por vários minutos contra a vontade, esfregado, enxaguado e secado, isso, além do pavor que a água é capaz de causar, pode fazê-lo associar o banho a algo odiável. O truque é acostumar o gato às fases do banho antes de dá-lo por completo, associando-as a coisas agradáveis, como brincadeiras e petiscos. Antes de molhar o felino, procure habituá-lo também com a toalha e o secador. Você não gostará de descobrir, no momento em que ele estiver encharcado, que entra em pânico quando o secador é ligado!






domingo, 20 de novembro de 2016

Gatos: como conseguem voltar para casa depois de desaparecer?












Por Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal.


Alguns comportamentos dos gatos intrigam muita gente. Um deles é a capacidade de voltar para casa depois de desaparecer por algum tempo, mesmo quando o felino nunca tinha percorrido antes os caminhos que podem conduzi-lo até a habitação. Esses retornos ocorrem, por exemplo, com gatos que saem para dar uma volta e desaparecem por meses ou anos. Ou quando os donos, infelizmente, cometem o crime de abandonar o felino em algum lugar distante. Ou, ainda, quando os donos mudam de casa, o gato desaparece e é encontrado nas proximidades do antigo endereço.


Embora muitos acreditem que os gatos possuam capacidades extrassensoriais, existem pesquisas, observações e estudos que apresentam justificativas muito mais normais para esse fenômeno, as quais explicarei neste artigo.


Memória visual

A capacidade de observar o ambiente e de memorizá-lo é enorme nos gatos. São animais bastante visuais, capazes de reconhecer árvores, prédios, praças. Basta encontrarem algo que reconheçam para, a partir daí, conseguirem se orientar e voltar para casa.


Memória olfativa

Mesmo quando estão em um lugar onde não enxergam nada conhecido, muitos gatos conseguem voltar para casa, ajudados pela m memória olfativa. Essa é a capacidade dos animais que mais nos impressiona, pois o olfato humano chega a ser ridículo quando comparado com o deles, inclusive do gato.


Casas, ruas, regiões, cidades, etc., possuem alguns cheiros específicos. Muitos desses odores podem ser reconhecidos pelos gatose servir para orientá-los quando perdidos. São capazes de se guiar por cheiros conhecidos até chegarem a algum lugar que reconheçam visualmente, e, a partir daí, usarem a memória visual para completar o percurso.


Gatos que percorrem grandes distâncias durante o dia acabam conhecendo diversos cheiros da região e se familiarizando com eles. Mas mesmo os gatos que praticamente não saem de casa recebem uma enorme amostra dos odores existentes à volta deles, alguns trazidos de longe pela brisa e pelo vento. E, cada vez que o vento muda de direção, outros cheiros podem ser sentidos, dando a possibilidade de formar uma ampla memória olfativa.


Não basta reconhecer um cheiro para chegar ao lugar desejado. Depois de identificado o odor, é preciso saber para qual direção caminhar. Os gatos se deslocam de um lugar para outro e, assim, podem testar se a concentração do cheiro conhecido aumenta ou diminui, decifrando rapidamente de onde ele vem. Moléculas de determinados odores podem viajar por centenas de quilômetros e, se tiverem concentração suficiente para serem percebidas, poderão ser utilizadas para localizar o caminho procurado.

Veja o gatinho que desapareceu durante o furacão Sandy, no final do ano de 2013. O animal de estimação percorreu 16 quilômetros para reencontrar donos:


Influência do vento 

Às vezes, o cheiro que o gato reconhece só chega até ele quando o vento sopra em um determinado sentido. Nesse caso, ele só conseguirá ir na direção de casa quando o vento colaborar – bastará uma pequena mudança na direção da brisa para ele se perder novamente.


Gato com múltiplos donos!

Muitos gatos demoram a voltar para casa por outros motivos, bem menos angustiantes para nós e para eles. Quando o felino não fica restrito ao ambiente interno da casa, costuma frequentar outros lares. Em vários casos, ele é alimentado e adotado também por diversas pessoas. Alguns gatos tomam café da manhã em uma casa, tiram uma soneca em outra e jantam em mais outra.


Imagine que o seu gato não esteja com coleira de identificação e que um dos outros donos resolva prendê-lo dentro de casa para, por exemplo, evitar que continue se machucando em brigas na rua. Você achará que ele foi embora, morreu, etc.. Normalmente nem imagina que ele possa estar na casa do vizinho da rua de cima! Depois de alguns meses, o gato escapa ou resolvem deixá-lo passear. Aí, para sua surpresa, ele surge novamente.


Um gato mais poderoso no bairro pode restringir o acesso do seu, inclusive à sua casa. Se isso acontecer, o seu gato poderá ficar frequentando outros locais até o mandachuva morrer, perder o poder ou mudar de área.



sábado, 19 de novembro de 2016

Cães versus Gatos









🔼Veterinária defende que os gatos são mais inteligentes que os cães.


Especialista em felinos discorda de estudo que aponta os cães como mais inteligentes por serem mais sociáveis que os bichanos


Recentemente, um estudo realizado pela Universidade de Oxford levantou uma polêmica envolvendo a inteligência de cães e gatos. Os cientistas alegaram que os cachorros, por serem mais sociáveis, são mais inteligentes que os bichanos. 

A declaração acabou causando revolta nos especialistas em felinos, que obviamente, discordam da descoberta.

Segundo o jornal inglês Telegraph a veterinária Beth Skillings, do setor de clínica veterinária de felinos da Cats Protection, declarou que os bichanos são extremamente inteligentes graças aos seus ancestrais selvagens. “Diferente dos cães, os gatos são espertos o suficiente para caçar sozinhos e não precisam depender dos demais para sobreviver”.

A veterinária explica ainda que por eles serem caçadores solitários os gatos desenvolveram seu raciocínio e formas próprias de comunicação. “Eles usam um sistema de comunicação baseado no cheiro, sendo capazes de deixar mensagens para si e para outros gatos, sem entrar em contato com outros rastros, evitando assim possíveis conflitos”.

Adaptando esse comportamento adquirido com os ancestrais os gatos domésticos tornaram-se especialistas em lidar com seus donos. “Utilizando os miados, ronronados e olhar de dó os bichanos conseguem manipular seus donos a fim de conseguirem mais comida”. A veterinária explicou ainda que os gatos são tão inteligentes que podem ser, inclusive, adestrados.

Para finalizar, a especialista afirma que a inteligência dos gatos não pode ser disputada com a dos cães. “Eles já foram reverenciados como deuses no Antigo Egito e não se esqueceram disso. Ao contrário dos cães, eles continuam apreciando sua independência”.





por Alexandre Rossi

O ser humano é considerado – por nós, é claro – o animal mais inteligente do planeta. Talvez por isso muita gente quer saber se este ou aquele bicho é inteligente e se é mais ou menos inteligente que outros. Por mais simples que a pergunta possa parecer, a resposta é complexa e quase impossível de ser dada.

A maioria das pessoas sabe o que é inteligência, mas pouquíssimas conseguem defini-la. A tarefa não é fácil até mesmo para quem estuda psicologia. Mas, de maneira geral, a inteligência está relacionada a algumas capacidades cerebrais (cognitivas) como memória, capacidade e velocidade de processamento (respostas), insight, capacidade de observar e relacionar, de aprender e de reter o aprendizado.

Gatos demonstram todas essas capacidades. São, portanto, inteligentes. Mas, como ocorre com outros animais, alguns gatos são muito mais inteligentes que outros. A inteligência do seu gato vai depender da genética e da criação dele. Gatos filhos de pais inteligentes tendem a ser mais inteligentes, assim como acontece com gatos que foram corretamente alimentados e bastante estimulados, principalmente quando filhotes e na juventude. Vamos agora para as perguntas e argumentos dos proprietários de gatos.

O gato não se submete a ordens, por isso é mais inteligente
É verdade que obedecer não é necessariamente um sinal de inteligência. Mas não obedecer também não é. Cães possuem uma predisposição natural para mandar ou ser mandados, já que evoluíram por muito tempo como membros de um grupo em que a hierarquia era fundamental. Se não se submetessem ao líder, poderiam ser expulsos do grupo e até morrer de fome. Com os gatos a situação é bem diferente. São caçadores solitários natos. Nunca dependeram de outros gatos para caçar suas presas. Não precisavam, portanto, se submeter para sobreviver.

Conclusão: não devemos esperar que os gatos acatem ordens da mesma maneira que os cães. Não por um ser mais inteligente que o outro, mas, sim, porque um precisa constantemente da nossa aprovação, enquanto o outro, não.

Meu gato sabe até onde o cão do vizinho alcança e se aproveita
Alguns gatos ficam deitados ou se limpam, relaxados, próximo a cães loucos para atacá-los, mas que não conseguem fazê-lo por causa de uma grade ou muro que impede a aproximação. Como o gato consegue saber exatamente até onde um cão consegue chegar e aproveitar-se disso? Ele tem excelente noção espacial além de ótima memória e é capaz de aprender diversas coisas por observação. Quando está relaxado sobre um muro e olha para o cão, descobre o comportamento do inimigo e até aonde este consegue chegar.

De tão esperto, tem um miado para cada situação
O gato também aprende a manipular seus donos! Proprietários que convivem intensamente com gatos percebem necessidades de seus felinos com bastante facilidade, a ponto de conseguir interpretar miados diferentes e associá-los a diferentes pedidos. O interessante é que essa comunicação se desenvolve à medida que o gato e o ser humano se conhecem melhor e aperfeiçoam a “linguagem”.

Deslocamento oculto e permanência de objetos
Existem diversos testes de inteligência que podem ser aplicados em animais. Dois deles, muito famosos, dizem respeito à capacidade de o animal e o ser humano (bebês e crianças) entenderem que um objeto, ao passar por trás de uma barreira, não desaparece – está simplesmente atrás de alguma coisa. Os gatos possuem essa capacidade, pois demonstram interesse em ir procurar o objeto atrás da barreira, assim que ele deixa de ser visível. Os cães também passam nesse teste.

Mas o gato se sai bem melhor que o cão no teste de deslocamento oculto, no qual é avaliada a capacidade de prever onde um objeto em movimento uniforme aparecerá após passar por trás de uma barreira. Isso é feito pela observação da direção do olhar do animal enquanto uma bolinha passa por trás de uma caixa de papelão, por exemplo. A maioria dos gatos é aprovada no teste: consegue prever o contínuo deslocamento do objeto, pois olha exatamente para o ponto onde a bolinha irá aparecer. Já a maioria dos cães fica olhando para o local onde a bolinha desapareceu.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Você gosta de gatos, você é um elurófilo.









Ernest Hemigway um elurófilo



Por Karina Conde
Gatos. Há quem ame tê-lo como animalzinho de estimação e há os que odeiam o bichano. Seu ar misterioso e seu espírito livre lhe renderam a fama de traiçoeiro e egoísta.


A jornalista Yara Rocca é dessas pessoas loucas por gatos, tanto que até escreveu o livro “Deixe um gato surpreender você”, uma apaixonada defesa desse animal às vezes incompreendido.
A "gateira" fanática tenta explicar a quem não gosta de gatos que eles são, sim, companheiros maravilhosos, mas que, diferentemente dos cães, às vezes precisam de um "manual de instruções" para serem entendidos e amados.


Além dos dados históricos sobre gatos, Yara fala das regras para quem quer tê-los em casa, lista de doenças felinas, curiosidades e textos engraçadinhos sobre bichanos. Ficamos sabendo, por exemplo, que existem cerca de 14 milhões de gatos no Brasil (contra 27 milhões de cães) e que o preconceito de muitas pessoas contra os gatos tem origem histórica na Idade Média. Alguns mitos, como o das sete vidas (no Egito, eram nove), são explicados com muito humor.


Um dos pontos altos é o texto (adaptado) do cronista Ruy Castro(leia no final do artigo)que investiga o suposto sentimento "antigatos" de Walt Disney, que teria predisposto gerações de crianças contra os gatinhos. Afinal, você nunca tinha parado para pensar por que é que, no filme "Cinderela", o gato se chamava Lúcifer?


E o também cronista Arthur da Távola, no saboroso "Simplesmente Gatos", acha uma definição bem bacana para os bichinhos: "O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano, mas se comporta como um lorde inglês."


Quem está ensaiando entrar no mundo dos gatos ou quem já é elurófilo (amante de gatos, sabia?) já tem uma boa dica de leitura.


RUY CASTRO, para O Estado de São Paulo


Em mais um soez, solerte e insidioso filme em cartaz, destinado às crianças, os gatos voltam a ser tratados como vilões. O filme é O Pequeno Stuart Little (título brasileiro criado por algum fã analfabeto dos Irmãos Brothers). O herói é um rato não muito diferente do Topo Giggio, de infecta memória, e os gatos em cena passam o filme tramando contra ele - até a vitória final do rato, com a punição e submissão dos gatos. Onde foi que você já viu essa história? Em, literalmente, milhares de outros filmes, desenhos animados e histórias em quadrinhos.


Você já a viu em todos os desenhos de Frajola e Piu-Piu a que assistiu. Neles, Frajola é sempre mostrado como um gato malévolo e burro, cujo único objetivo na vida, o de comer Piu-Piu, frustra-se a cada tentativa pela suposta inteligência superior do canário. Frajola e Piu-Piu, que já existiam separadamente no cinema, foram acoplados em 1949 por um desenhista da Warner Bros., Friz Freleng. Ou seja, há 51 anos as crianças do mundo inteiro vêm sendo ensinadas que, mesmo prevalecendo-se de seu tamanho, força e agilidade para atacar um tíbio canário, os gatos não passam de uns grandes palermas.


Mas seria o canário assim tão tíbio? Nos 41 desenhos de Frajola e Piu-Piu criados por Freleng de 1949 a 1964 (e exibidos dia e noite pela televisão, até hoje, dando a impressão de que foram centenas), há algo mais por trás da aparente infantilidade do herói ("Eu acho que vi um gatinho " ) Na verdade, Piu-Piu é um cínico e um sádico. Os desenhos o mostram invariavelmente equipado com recursos para fuzilar, retalhar, esmagar, picotar e achatar Frajola - e isso é considerado ético pelos desenhos animados, nos quais o "mais fraco" sempre derrota o "mais forte". Mas Piu-Piu (cuja popularidade foi reativada há pouco pela Warner, que o estampou mundialmente em camisetas, jaquetas, meias, tênis, adesivos e bonecos) não é o único personagem de uma campanha que ajuda a diminuir, humilhar e provocar um desapreço das crianças pelos gatos.


O rato Jerry, da dupla Tom e Jerry, talvez seja ainda pior. Sozinho ou com seu assecla, o camundongo Espeto, Jerry torturou o honesto, sincero e crédulo gato Tom em nada menos que 160 desenhos para o cinema, de 1940 a 1967. Os criadores da dupla foram Bill Hanna e Joe Barbera (aliás, responsáveis também pelo empobrecimento do desenho animado com a técnica de "animação simplificada", que inventaram quando passaram a produzir para a televisão nos anos 60). Os últimos desenhos já foram delegados por Hanna e Barbera a bagrinhos, mas o conceito inicial da série nunca se alterou; ao tentar proteger sua casa da presença do parasitário e nojento Jerry, Tom é eletrocutado na tomada, incendiado na lareira, afogado na pia, esmagado por pianos e explodido através do teto. Meninos insensíveis e perversos assistem a isso dando risotas diante da TV - e provavelmente tentam repetir tal violência com seus próprios gatos.


Não há gatos heróis nesses potentes formadores de opinião, que são os desenhos animados. Os heróis são sempre os cachorros, os coelhos, os patos e, incrível, principalmente um rato mudo que não faz um filme há 47 anos e, mesmo assim, continua a ser símbolo de um império desenhístico - você já ouviu o som da voz de Mickey Mouse alguma vez? O próprio Walt Disney (na vida real, racista e anti-semita, mas sempre cioso de que seu estúdio não ofendesse ninguém) não conseguia esconder o preconceito: em seus filmes, o cachorro é o animal nobre (vide A Dama e o Vagabundo e 101 Dálmatas, para não falar dos 44 desenhos de Pluto e os 42 de Pateta feitos entre 1940 e 1965). Nada contra isso e Walt podia gostar dos animais que quisesse. Acontece que quase todos os seus desenhos mais famosos são também violentamente antigatos.


Em Pinóquio, um dos vilões é um gato debilóide e imundo chamado Gideão, que ajuda a raposa João Honesto a engambelar o boneco. Em Cinderela, o gato Lúcifer, gordo e traiçoeiro, é uma assustadora ameaça aos ratos Gus e Jaq.


Em Alice no País das Maravilhas, o gato Cheshire está longe de ser um personagem simpático - sabe que Alice vai se estrepar e não faz nada para impedir. Em A Dama e o Vagabundo, Si e Ao são os dois siameses que destroem as cortinas, atacam o canário e o peixinho dourado e investem contra o bebê da família, provocando a confusão que mandará Lady para a carrocinha. Em A Espada Era a Lei, a bruxa Madame Min transforma-se, claro, num gato parecido com ela. E, mesmo em Os Aristogatas, que deveria ser um filme pró-gatos, há em cena um punhado de gatos vadios e desagradáveis, sendo que o herói acaba sendo, na verdade, um rato chamado Roquefort. E é bom lembrar que, no primeiríssimo desenho de Mickey, Steamboat Willie, de 1926, ele tortura e executa um gato girando-o pela cauda e atirando-o ao mar. Pensando bem, Disney não podia mesmo gostar de gatos - ficou rico construindo ratoeiras humanas como a Disneylândia e a Disney World.


Mas não sejamos injustos com os desenhos animados. É o cinema em geral que nunca teve uso para os gatos - exceto para mostrá-los como aliados de bruxarias (o gato de Kim Novak em Sortilégio de Amor), símbolos de decadência (o gato na abertura de Pelos Bairros do Vício), sinônimo de neurose (Elizabeth Taylor, Maggie the Cat, em Gata em Teto de Zinco Quente) e instrumentos de vingança (as várias versões de O Gato Preto). Mesmo num filme em que os gatos nada têm a ver com o peixe, como Babe, o Porquinho Trapalhão, um deles é mostrado num papel negativo - e olhe que o herói é um porco.


É normal que o cinema nunca tenha feito pelos gatos o que fez por incontáveis cachorros, desde Lassie e Rin-Tin-Tin; gatos recusam-se a ser atores e é impossível treiná-los para fazer coisas que cachorros, focas e até elefantes aceitam com a maior naturalidade, como trepar em banquinhos, dar cambalhotas ou equilibrar bolas no nariz - a inteligência, dignidade e independência dos gatos não lhes permite prestar-se a esses papéis humilhantes. Só é possível fazer um filme como O Pequeno (sic) Stuart Little, em que os gatos parecem "fazer" coisas, filmando-os ao natural e adequando as cenas ao roteiro, quando não alterando-as eletronicamente.


O preconceito antigatos já chegou também à publicidade e à televisão. Há pouco mais de dois anos, um comercial da Light sobre a sua campanha contra os "gatos" (os fios que os espertos puxam ilegalmente dos postes públicos) mostrava um bando de cães assassinos farejando becos e vielas, como se procurassem gatos de verdade. A trilha sonora era uma cacofonia de uivos e rosnados, de inenarrável brutalidade. Pensei na bestial satisfação dos donos desses cães ferozes ao assistir ao comercial: deviam ter ganas de sair com suas feras pelas ruas, em busca de gatos de verdade, como se estivessem contribuindo para o extermínio de uma praga. Na França, um comercial desses seria impensável. Nos EUA, ele talvez fosse concebível, mas não ficaria dois dias no ar - várias sociedades se mobilizariam para protestar contra o estímulo à selvageria e à perseguição de um animal por outro.


No lado positivo, gato, como se sabe, é uma palavra também usada no sentido do homem charmoso e atraente, que as mulheres desejam. Quem manifesta esse rancor a gatos no cinema, nos quadrinhos ou nos comerciais deve ser alguém a quem uma mulher nunca chamou de gato. E, antes que me esqueça, morte ao Piu-Piu.


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Conjuntivite em gatos










A conjuntiva é uma membrana altamente vascularizada, com uma trama de pequenos vasos, que recobre o olho. É facilmente inflamada por numerosas causas e independentemente da causa, a aparência clínica da inflamação é bastante semelhante. Dessa maneira, é fundamental o conhecimento das possíveis etiologias da conjuntivite em felinos para o desenvolvimento de planos diagnóstico e terapêutico adequados.


Os sinais clínicos incluem descarga ocular (serosa, mucosa ou purulenta), quemose conjuntival, hiperemia conjuntival, associadas ou não a outras alterações oculares.


Os agentes infecciosos que causam conjuntivite em gatos são Chlamydophila psittacci (felis), Mycoplasma felis, Herpesvírus felino tipo 1 (HV-1), calicivírus e menos comumente bactérias gram-positivas, fungos e parasitas. Conjuntivite neonatal pode ocorrer com as pálpebras ainda fechadas, geralmente causada por herpesvírus e/ou infecções bacterianas.


As causas alérgicas ou imunomediadas causadoras de conjuntivite felina são antígenos externos como pólen (hipersensibilidade do tipo I), alergias alimentares, picadas de insetos e doenças auto-imunes.

Como causas traumáticas ou irritantes destacam-se as substâncias químicas pulverizadas ou esfregadas sobre a face do gato, e menos comumente inflamações crônicas causadas por distiquíase, triquíase, cílios ectópicos, além de entrópio (raro) por traumatismo ocular.


Outras doenças oculares como úlcera de córnea, uveíte ou glaucoma podem cursar com conjuntivite em felinos.

O diagnóstico primário deve incluir anamnese completa, abordando especialmente a duração ou recidiva dos sinais clínicos além da existência de contactantes que apresentem a mesma sintomatologia clínica. Infecções por herpesvírus são frequentemente recidivantes enquanto que a clamidiose e a micoplasmose tendem a ser crônicas durante várias semanas, sendo autolimitantes e não recidivantes. Conjuntivite associada a sinais respiratórios superiores sugerem etiologia viral ou sistêmica.

O diagnóstico secundário baseia-se no exame oftálmico, citologia conjuntival ou da secreção ocular, swab para cultura de microorganismos e até mesmo PCR.

O tratamento depende da causa da conjuntivite, mas deve ser direcionado inicialmente para clamidiose e micoplasmose. Preparações tópicas oculares, associadas ou não a medicações de uso oral ou parenteral, são a melhor forma de tratamento.




Autor: Tathiana Mourão dos Anjos (ANJOS, T.M.) Professora dos cursos de Medicina Felina e de Nefrologia e Urologia em Pequenos Animais do CPT Cursos Presenciais.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Um gato Zen; o mais zen do mundo





Por Marta Gonçalves Miranda



Chama-se Shironeko, o que significa literalmente “gato branco”, tem 12 anos e invadiu as redes sociais. Conhecido como o gato mais zen da Internet, o animal japonês deixa que a dona faça tudo o que quer com ele. Para o felino não há problema – na maior parte das vezes está dormindo.

O gato Shironeko é da raça van turco e aparenta ser um dos felinos mais calmo e fotogênico do mundo. Ele mora no Japão e simplesmente não se importa com as poses precisa ficar para bater fotos. Vestido, ao lado de legumes, flores e de outros gato, tudo é motivo para um sorriso.

gato sorridente coleira
gato sorridente lingua
gato sorridente flores 2






Shironeko, que em muitas fotos ele me lembrou o Mestre Karin da série Dragon Ball, vive no Japão e nasceu em 2002. Ele já é famoso na Internet, tendo um blog e sua própria página no Facebook. Se você gosta de fotos de gatos, com certeza vai adorar o que verá abaixo.

gato sorridente boina
gato sorridente companhia
gato sorridente sono




gato sorridente bone
gato sorridente dormindo
gato sorridente chapeu


gato sorridente chicleteiro
gato sorridente flores
gato sorridente folhas
gato sorridente limão
gato sorridente miando
gato sorridente oculos
gato sorridente pendrado
gato sorridente pirata
gato sorridente poltronao
gato sorridente trigo
gato sorridente pote
gato sorridente basket
gato sorridente cesta
gato sorridente chapeu de couro
gato sorridente cenoura
gato sorridente caixa
Fonte: pipoca de bits